Em último discurso, rei Alberto II pede coesão a belgas divididos
O rei Alberto II da Bélgica pediu "coesão" aos belgas, profundamente divididos entre flamengos e valões, em seu último discurso como monarca. Em uma decisão inédita no país, ele abdicou em favor de seu filho, Philippe, que assume o trono neste domingo. Ele pediu que o povo apoie o futuro rei e sua mulher, Mathilde, acrescentando que o novo casal real goza de "toda sua confiança".
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Após 20 anos de reinado, Alberto II fez seu último discurso em tom sóbrio, grave e otimista. Ele disse que a Bélgica pode "vislumbrar seu futuro com confiança", pois "encontrou um novo fôlego tanto no plano interno quanto europeu".
O reinado de Alberto II foi marcado por duas grandes crises políticas entre os flamengos e valões francófonos. Ele reconheceu que o país "não foi sempre fácil de governar". "Estou convencido que a manutenção da coesão do nosso Estado federal é vital, não apenas para a qualidade de nossa vida em conjunto, mas também para a preservação de nosso bem-estar", afirmou o monarca.
A mensagem é endereçada particularmente à região de Flandres, que reúne 60% da população belga e faz mais pressões independentistas. Existe o temor que o separatismo se intensifique após as eleições legislativas do ano que vem.
O rei Alberto II assinará o ato oficial de abdicação neste domingo às 10h30 (15h30 no horário de Brasília), junto a 250 convidados reunidos no palácio real. Uma hora e meia depois, Philippe prestará juramento diante de deputados e senadores. Depois, ele se reunirá à família para saudar o povo na sacada do palácio e para assistir a um desfile militar.
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