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Itália/ julgamento

Ex-dirigente da Eternit é condenado a 18 anos por uso de amianto

O empresário suíço Stephan Schmidheiny, um dos chefes da fabricante Eternit Itália, foi condenado hoje a 18 anos de prisão por ter provocado a morte de quase 3 mil pessoas, empregadas ou vizinhas da empresa no país. A Eternit utilizava fibra de amianto na produção de materiais de construção, um material tóxico.

Em Turim, manifestantes pediam justiça no julgamento de dirigente da Eternit Itália.
Em Turim, manifestantes pediam justiça no julgamento de dirigente da Eternit Itália. AFP PHOTO/DAMIEN MEYER
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Schmidheiny, ex-proprietário da Eternit na Suíça, já havia sido condenado a 16 anos de reclusão em fevereiro do ano passado, mas apelou da condenação. Agora, a Justiça italiana não apenas confirmou a sentença como a tornou mais severa. Ele foi um importante acionista da Eternit Itália de 1976 a 1986, ao lado do barão belga Louis de Cartier de Marchienne, acionário e administrador da sede nos anos 70.

O Tribunal de Apelações de Turim decidiu abandonar o processo contra o belga, morto em maio aos 92 anos. Já Schmidheiny foi considerado culpado por “catástrofe sanitária e ambiental permanente” e por ter infringido as regras de segurança do trabalho nas usinas de fabricação de produtos à base de amianto-cimento, como canos e placas.

O empresário foi considerado culpado por essas infrações nas instalações de Casale Monferrato, Bagnoli e Rubiera, todas na Itália. O presidente do júri ainda enumerou uma lista de indenizações que ele devera pagar a diversas vitimas, além de 30,9 milhões de euros para a cidade de Casale Monferrato, onde a Eternit tinha a sua maior fabrica e foi registrado o maior número de vítimas. Já a região do Piemonte deve receber 20 milhões de euros em compensações financeiras.

Durante o processo, os advogados do magnata suíço e o barão belga haviam argumentado que os dois homens não eram responsáveis diretos pela gestão da Eternit Itália, que faliu em 1986, seis anos antes da proibição do amianto no país. Mas segundo o Ministério Público, eles omitiram as informações sobre os danos causados pelo amianto, o que provocou a morte de milhares de pessoas na Itália e no mundo.

O amianto é um mineral cancerígeno usado durante várias décadas como isolante térmico e outras finalidades. Os efeitos nocivos do material são difíceis de provar, por isso as investigações duraram anos antes do início do processo, em 2009.

Apesar dos riscos à saúde, o amianto ainda é usado em muitos países. Em 2007, foram consumidos mais de 2 milhões de toneladas do produto. A China é o maior consumidor (30%), seguido por Índia (15%), Rússia (13%), Cazaquistão e Brasil (5%).
 

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