Papa sugere que padres visitem periferias mais perigosas do mundo
Em um discurso na abertura da missa Crismal nesta quinta-feira (28), que dá início às comemorações da Semana Santa, o papa Francisco pediu hoje aos padres que deem um novo ‘dinamismo’ à igreja, e reforçou sua intenção de quebrar alguns protocolos da Santa Sé. Ainda hoje, o Papa visita uma prisão para menores em Roma, onde realiza a cerimônia dos Lava-pés.
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Diante de 1600 fiéis, Jorge Bergoglio defendeu uma mudança "na maneira de ser do Papa e dos padres", que deveriam "ousar ir nas periferias perigosas do mundo" e levar o Evangelho para "aqueles que não têm nada." Ele também incitou os religiosos a não se fecharem em si mesmos, como "colecionadores de antiguidades."
Muito aplaudido na homília de hoje, que deu início às celebrações da Páscoa, o Papa lembrou que a unção que Deus encarregou de transmitir aos padres não foi feita para " 'perfumar' a nós mesmos e nem para ser conservada em um vaso, porque o óleo ficaria rançoso e o coração amargo", declarou, em uma crítica direta ao representantes de um clero mais fechado, apegado à pompa e ao luxo disponibilizados pelo Vaticano.
O Papa também pediu aos religiosos que não se desconectassem do resto do mundo, e defendeu a "beleza da liturgia", um tema polêmico na Santa Sé. Alguns católicos mais tradicionais criticaram o abandono de alguns rituais que foram mantidos por Bento 16, e quebra do protocolo instaurada pelo Papa Francisco desde que ele assumiu o cargo.
Eleito no dia 13 de março, o novo pontífice ainda não anunciou nenhuma reforma concreta, mas vem delineando, desde que assumiu o cargo, as características de seu pontificado.Nesta quinta-feira, o Papa Francisco também visitará uma prisão para menores, e lavará os pés de doze entre eles, de nacionalidades e religiões diferentes. Em Buenos Aires, o Papa tinha esse costume, mas é primeira vez em Roma que a cerimônia dos Lava-pés será realizada fora da Basílica de São Pedro.
O Papa Francisco também nomeou nesta quinta-feira o arcebispo que irá substituí-lo em Buenos Aires. Trata-se do Monsenhor Mario Aurelio Poli, de 65 anos, com quem ele já havia trabalhado no passado, segundo o Vaticano.
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