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Fraude/Carne de Cavalo

Eslovênia e República Tcheca também identificam fraude de carne de cavalo

Autoridades sanitárias da República Tcheca anunciaram nesta quarta-feira a descoberta de carne de cavalo  declarada como carne bovina em lasanhas congeladas produzidas pela empresa Nowaco, de Luxemburgo. Na terça-feira, a Eslovênia também confirmou a presença da fraude em pratos vendidos pela empresa no país. O escândalo pode envolver 750 toneladas de carne e mais de 4,5 milhões de produtos congelados vendidos em 13 países europeus.

Lote de lasanhas congeladas levadas para serem destruídas devido a fraude da carne de cavalo.
Lote de lasanhas congeladas levadas para serem destruídas devido a fraude da carne de cavalo. REUTERS/Regis
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Na República Tcheca, a carne de cavalo foi detectada em dois pratos de lasanha à bolonhesa e os inspetores pediram a retirada imediata dos produtos à venda. Diferentemente de países como Irlanda ou Grã-Bretanha, onde o consumo da carne de cavalo é tabu, na República Tcheca ela está presente em produtos como salsichas.

No entanto, apesar de as autoridades tchecas confirmarem que não há riscos à saúde humana, a carne de cavalo não foi mencionada como ingrediente dos produtos, e sim carne bovina, o que configura a fraude.

Na Eslovênia, testes de DNA revelaram a presença de cane de cavalo em lasanhas produzidas em LUxemburgo e vendidas pela rede de supermercados Instar.

O escândalo se amplifica na Europa e extrapola as prateleiras dos supermercados. Na terça-feira, a suíça Nestlé anunciou a retirada de lasanhas congeladas de sua marca Davigel enviadas para restaurantes em Portugal e também na França, diante da suspeita de conter carne de cavalo e não carne bovina como indicado. 

Investigações na França

Os investigadores voltaram nesta quarta-feira à empresa Spanghero para dar seqüência ao trabalho de coleta de documentos e depoimentos iniciado no dia anterior. A empresa é acusada pelo governo francês de estar no centro do escândalo da carne de cavalo vendida como carne bovina.

Desde terça-feira, agentes da direção geral de repressão a fraudes (DGCCRF, na sigla em francês) e da Agência de luta contra crimes relacionados ao meio ambiente e à saúde pública (OCLAESP) trabalham na vistoria das instalações da empresa e interrogam os dirigentes e funcionários para obter mais detalhes sobre o rastreamento da carne adquirida e processada pela Spanghero.

Em uma primeira fase de investigações administrativas e veterinárias, os agentes recolhram informações sobre a carne usada pela Spanghero e distribuída para fabricantes e distribuidores de pratos prontos congelados.

Os mais de 20 inspetores que participaram dessa nova fase de investigações procuram documentos contábeis e dados  dentro de computadores que possam ajudar a esclarecer a fraude. Ontem, investigadores deixaram a sede da empresa com um grande volume de documentos que serão analisados.

Os resultados das investigações serão encaminhados para a justiça identificar os responsáveis pela fraude e a aplicar penas previstas na lei.

“ Os que fraudaram devem ser punidos”, defendeu o ministro adjunto para o setor Agroalimentar, Guillaume Garot. O presidente francês, François Hollande, disse que os responsáveis pela fraude devem ser sancionados.

Segundo investigações preliminares do governo francês, a empresa Spanghero adulterou informações das embalagens e vendeu propositalmente carne de cavalo como se fosse carne bovina para empresas como a Comigel, fabricante de lasanhas para a marca Findus.

 

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