Eleições municipais italianas apontam derrota da direita
As eleições municipais italianas deste domingo e segunda-feira foram marcadas por forte abstenção e insatisfação com os partidos tradicionais. Os resultados preliminares do primeiro turno mostram a derrota do Partido da Liberdade, de Silvio Berlusconi, que já está excluído do segundo turno nos dias 20 e 21 de maio em diversas cidades. Outro partido que sai enfraquecido é a Liga do Norte, de extrema-direita e ex-aliado da coalizão governamental do primeiro-ministro italiano que deixou o poder em novembro, que sofreu as consequências dos recentes escândalos de corrupção envolvendo alguns de seus dirigentes.
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O mau desempenho desses dois partidos que estiveram a frente da Itália de 2001 a 2008 abriu espaço para a centro-esquerda. Em Palermo, o segundo turno será decidido entre dois candidatos de esquerda.
O Partido Democrata, de esquerda, aparece bem posicionado na maior parte das cidades de mais de 15 mil habitantes e capitais. Outro fortalecido por essas eleições consideradas como um teste ao governo de Mario Monti, que vem aplicando uma política de austeridade, foi o movimento "Cinco Estrelas" do ator italiano Beppe Grillo convertido à carreira política. Tido como um fenômeno mediático, o humorista afirmou na noite de segunda-feira que o “vírus se espalhou”, numa referência ao aumento da representatividade de seu partido nesse pleito.
Mais de 9 milhões de italianos foram convocados a eleger 900 vereadores e prefeitos em cidades como Verona, Parma e Gênova. A participação dos eleitores registrou uma queda de 7 pontos, atingindo a marca de 68% de comparecimento às urnas.
O presidente italiano, Giorgio Napolitano, reconheceu nesta terça-feira que os resultados eleitorais "são um motivo de reflexão para as forças políticas e os cidadãos sobre suas relações com a política".
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