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Merkel/Davos

Capacidade de ajuda da Alemanha à zona do euro é limitada, diz Merkel

Em um discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que começou nesta quarta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel declarou que a Alemanha "não poderá assumir compromissos que não terá condições de honrar" para ajudar a Europa a vencer a crise das dívidas soberanas.

A chanceler alemã Angela Merkel, durante a abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos
A chanceler alemã Angela Merkel, durante a abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos
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A chanceler alemã lembrou que seu país sempre defendeu o euro, mas a Europa perderá a credibilidade se a Alemanha não for capaz de cumprir suas promessas. Uma alusão à contribuição do país ao futuro MES (Mecanismo Europeu de Estabilização) e ao FESF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) criado pelos europeus em 2010 para socorrer a Grécia, a beira da moratória, e depois ampliado para outros países em dificuldade financeira. "Não se trata de não querer ser solidário", mas "não podemos assumir um compromisso que não poderemos honrar", disse. A diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, pediu nesta segunda-feira a injeção de mais recursos do bloco para ajudar os países mais fragilizados economicamente.

A chanceler ressaltou que a capacidade atual do Fundo, de 250 bilhões de euros, e de seu substituto,o MES (Mecanismo Europeu de Estabilização), dotado de 500 bilhões de euros, eram suficientes para enfrentar a crise. " Algumas pessoas dizem que é insuficiente, outros dizem que é necessário o dobro, outras o triplo", declarou. "Eu me pergunto o que é suficiente e por quanto tempo." Merkel evitou comentários sobre a proposta de coexistência dos dois mecanismos até 2013, o que aumentaria o poder de reação europeu à instabilidade econômica, como defendem diversos países do bloco e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

De acordo com ela, a Europa já perdeu uma boa parte da confiança dos investidores, e que a confiança, neste momento, é a moeda de troca mais importante do bloco neste momento. Durante uma entrevista a seis jornais europeus, a chanceler já havia afirmado que "era absurdo prometer mais dinheiro se não lutarmos contra o que originou a crise. " De acordo com ela, "nós, os alemães, também devemos ficar atentos a nossos recursos, nossas possibilidades não são ilimitadas. E isso não interessa a Europa."

O MES deverá entrar em vigor em 2013. A estimativa é que Alemanha contribua com cerca de 8 bilhões de euros para o Mecanismo, mas esse montante ainda não foi confirmado pelo governo. No próximo dia 30, os representantes dos 27 países da União Europeia se reúnem em Bruxelas para discutir a aplicação de sanções contra estados deficitários, regras de disciplina orçamentária para não colocar em risco a estabilidade do bloco, e mudanças nos tratados, que facilitaria a votação de novas medidas. A reunião também deverá efetivar a implantação dos mecanismos, mas a capacidade dos dois Fundos deverá ser reavaliada em março de 2012, segundo um documento disponibilizado pela Comissão Europeia.
 

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