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Euro/Crise

Rebaixamento da nota de nove países preocupa zona do euro

A degradação da nota soberana de nove países da zona do euro, anunciada na sexta-feira, preocupa as autoridades do velho continente. Para os analistas, o rebaixamento da nota da França pela agência Standard and Poor's e o impasse nas negociações sobre a dívida na Grécia ampliam o abismo econômico entre os países do Norte e do Sul do velho continente.

Rebaixamento das notas soberanas aumenta da distância entre os países da zona do euro.
Rebaixamento das notas soberanas aumenta da distância entre os países da zona do euro. Getty Images/Ian McKinnell
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Após o sucesso das primeiras emissões de títulos na Itália e na Espanha, que acalmaram temporariamente os mercados financeiros no início do ano, a notícia do rebaixamento da nota de nove dos 17 países da zona do euro pela Standard and Poor's (S&P) anuncia uma saída de crise bem mais longa que o esperado. A agência ainda ameaça uma nova degradação, até o final de 2013, das notas de todos os membros da zona do euro, com exceção da Alemanha e da Eslováquia.

A S&P considera que as instituições financeiras e os dirigentes europeus ainda não apresentaram soluções suficientemente eficazes para a crise. Uma crítica rebatida pelos responsáveis do bloco, que afirmam que a agência “não levou em conta os progressos atuais”, como defende o Comissário europeu dos Serviços Financeiros, Michel Barnier. Para o comissário europeu responsável pelas relações econômicas, Olli Rehn, a decisão da S&P é uma “aberração”.

O anúncio da agência praticamente ofuscou outra má notícia vinda da Grécia, epicentro da crise desde 2010. Na sexta-feira, Atenas interrompeu as negociações com os dirigentes europeus sobre o perdão de metade da dívida do país. Os gregos também ameaçam voltar atrás nas decisões tomadas durante a reunião de cúpula europeia de 27 de outubro, quando o país se comprometeu a reestruturar sua dívida.

Após o rebaixamento das notas dos nove países, aumenta o temor de uma divisão cada vez maior entre as nações do Norte e do Sul da zona da euro, já que atualmente apenas Alemanha, Holanda, Luxemburgo e Finlândia preservam o triplo A. Até agora Paris mantinha um papel de mediador entre as duas regiões do velho continente, bloqueando medidas orçamentárias mais severas, reivindicadas pelos países do norte do bloco, como Alemanha, Holanda e Finlândia.

As divergências entre os dois extremos da zona do euro já são palpáveis desde o ano passado, quando os membros do grupo tiveram dificuldades para chegar a um acordo sobre o Pacto de Estabilidade Europeu. O papel do Banco Central Europeu e o valor do fundo de ajuda para a zona do euro também fazem parte dos temas que dividem o grupo há meses.

A chanceler alemã Angela Merkel prometeu nesse sábado a adoção, o mais rápido possível, de um pacto orçamentário para tranquilizar os investidores. Tentando relativizar as decisões da S&P, ela disse que ainda há um longo caminho pela frente antes de atingir um contexto de confiança nos países em dificuldades na região. 

França tenta minimizar o rebaixamento

O governo francês tentou minimizar a decisão da S&P de rebaixar sua nota soberana de AAA (a mais alta) para AA+. Após o ministro da Economia francês François Baroin ter dito, na sexta-feira, que o rebaixamento não era uma catástrofe para o país, neste sábado foi a vez do primeiro-ministro François Fillon intervir, alegando que a degradação “é um alerta que não é um drama, mas que não deve ser subestimada”. Segundo o premiê, os investidores podem confiar na França, que continua sendo um país seguro do ponto de vista econômico.

 

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