Acesso ao principal conteúdo
Rússia/Contestação

Putin insiste que eleições foram honestas e critica oposição

Durante uma longa aparição na televisão russa, o primeiro-ministro Vladimir Putin rebateu as críticas de manipulação das eleições legislativas e garantiu, a três meses das presidenciais, que vai fazer o país enfrentar a crise e as ameaças de desestabilização estrangeiras.

O premiê russo, Vladimir Putin, responde a perguntas em um programa de TV em Moscou nesta quinta-feira.
O premiê russo, Vladimir Putin, responde a perguntas em um programa de TV em Moscou nesta quinta-feira. REUTERS/Alexei Nikolsky/RIA Novosti/Pool
Publicidade

O primeiro-ministro russo respondeu em rede nacional às questões da população cinco dias após uma manifestação sem precedentes da oposição, que reuniu dezenas de milhares de pessoas em Moscou.
O primeiro tema foi a contestação dos resultados das eleições legislativas de 4 de dezembro, que garantiram ao poder a maioria das cadeiras na Douma, a assembleia russa.

"A oposição sempre vai dizer que as eleições não são honestas, isso acontece em todos os países", declarou Putin. "Na minha opinião, o resultado das eleições reflete inegavelmente o estado das forças no país", acrescentou. A oposição russa exige que os resultados da eleição sejam invalidados.

"O fato que as pessoas se exprimam sobre o que acontece no país é uma coisa absolutamente normal, desde que tudo se mantenha dentro da lei", afirmou o líder russo. Mas denunciou logo depois tentativas de "desestabilização" tramadas a partir do exterior contra a Rússia e afirmou que certos participantes da manifestação do dia 10 de dezembro haviam recebido dinheiro para protestar.

Putin considerou que o verdadeiro objetivo da mobilização da oposição é a eleição presidencial de março. Um dos principais slogans do movimento de contestação é "A Rússia sem Putin!". O atual primeiro-ministro já anunciou sua intenção de voltar ao Kremlin, depois de ter sido presidente de 2000 a 2008.

Julgando que a contestação visa "privar o poder de legitimidade", ele afirmou que mandou instalar em todos os locais de votação para a eleição presidencial câmeras de vigilância cujas imagens podem ser consultadas via Internet.

"Passamos por um período de crise muito séria. É claro que tudo isso repercutiu de maneira negativa na população, que o nível de vida caiu, muitos perderam o emprego. É por isso que é muito mais fácil para a oposição recrutar manifestantes", disse Putin para explicar a força do movimento de contestação. "Mas basta enfraquecer um pouco e muitas pessoas entenderão quais são as verdadeiras dificuldades, quando não será mais necessário sair à rua para protestar mas sim ir combater os terroristas", acrescentou.

O primeiro-ministro também enalteceu os resultados econômicos de seu governo, que segundo ele apresenta "indicadores bem melhores e bem mais estáveis" que os países europeus, e alertou as pessoas sobre os riscos de repercussão da crise mundial na Rússia.

Finalmente, Putin lançou um apelo aos eleitores russos para a eleição presidencial de 4 de março: "Vocês serão os únicos a decidir quem vai cuidar da política externa da Rússia, quem vai garantir a segurança interna e externa e resolverá os problemas sociais e econômicos. "

Ele afirmou que deixará o poder quando "sentir" que não tem mais o apoio do povo, mas enfatizou que a referência não são as manifestações nem a Internet, mas as urnas. 

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.