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Alemanha/ Grécia

Com relações diplomáticas afetadas, Merkel recebe Tsipras em Berlim

A chanceler alemã, Angela Merkel, recebe o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, nesta segunda-feira (23), em uma aguardada reunião que ocorre em um momento de relações diplomáticas resfriadas entre os dois países. A Alemanha é resistente à flexibilização das regras aplicadas a Atenas em troca da ajuda financeira internacional. Em contrapartida, os gregos pedem o ressarcimento dos prejuízos causados ao país pelo regime nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

Chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro grego, Alexis Tsipras, vão fazer primeira reunião bilateral.
Chanceler alemã, Angela Merkel, e o ministro grego, Alexis Tsipras, vão fazer primeira reunião bilateral. REUTERS/Francois Lenoir/ Fabrizio Bensch
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O objetivo do encontro é relançar o diálogo direto entre os dois líderes e, se possível, contribuir para acalmar as tensões, que cresceram após a eleição de Tsipras, em janeiro. O premiê é do partido Syriza, de esquerda radical, e tem batido de frente com as exigências da chamada troika de credores internacionais, que inclui o Banco Central Europeu, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

O porta-voz da chanceler, entretanto, advertiu que “ninguém deve esperar soluções” a serem anunciadas ao final do encontro. “A reunião não substitui uma cúpula do Eurogrupo”, martelou.

A partir das 17h (13h em Brasília), o premiê será recebido com honras militares – como todos os governantes estrangeiros que fazem uma primeira visita oficial a Berlim. Tsipras e Merkel se reunirão a portas fechadas e depois darão uma coletiva de imprensa conjunta. Em seguida, os dois continuam as discussões, em um jantar oferecido pela chanceler.

Carta pedindo ajuda

O encontro acontece no dia da divulgação de que o premiê grego escreveu para a líder alemã, na semana passada, alertando que seria "impossível" para a Grécia fazer pagamentos de sua dívida pelas próximas semanas se não receber mais ajuda financeira. Em uma carta de 15 de março, o Tsipras explicou que a Grécia seria forçada a escolher entre pagar seus empréstimos, contraídos principalmente junto ao Fundo Monetário Internacional, ou manter os gastos sociais.

A carta teria motivado a realização de uma “mini cúpula” para falar sobre a situação grega, realizada na sexta-feira, em Bruxelas. A reunião contou com a presença dos dois governantes e do presidente da França, François Hollande, entre outros líderes. Tsipras se comprometeu a concretizar as promessas de reformas, enquanto a Comissão Europeia anunciou a disposição de € 2 bilhões para a Grécia financiar medidas de estímulo ao crescimento em 2015.

Neste contexto já delicado, o ministro grego das Finanças, Nikos Kotzias, propôs a criação de um “conselho de sábios” greco-alemães, para encontrar uma solução sobre a reparação dos prejuízos causados durante a ocupação alemã, na Segunda Guerra Mundial. O reembolso de mais de € 7 bilhões – que, corrigidos, poderiam chegar a € 1 trilhão, nos cálculos mais radicais – são reivindicados a Berlim por Atenas. O tema causa constrangimento – a Alemanha assegura que todos os débitos do conflito já foram quitados.
 

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