Protestos violentos marcam inauguração da nova sede do BCE
A inauguração da nova sede do Banco Central Europeu (BCE), nesta quarta-feira (18), em Frankfurt, é marcada por distúrbios violentos de manifestantes anticapitalistas e contrários à política de austeridade fiscal na zona do euro. Desde as primeiras horas da manhã, houve confronto entre manifestantes e a polícia.
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Militantes lançaram pedras contra as forças de segurança e incendiaram carros e lixeiras. Onze veículos foram queimados, incluindo sete viaturas da polícia, segundo um balanço inicial. O centro da cidade foi fechado à circulação.
A polícia usou gás de pimenta e jatos d’água para dispersar milhares de pessoas que protestaram nos arredores do prédio e tinham intenção de invadir a entrada da nova sede do BCE. Pelo Twitter, a polícia informou a detenção de 350 manifestantes. Oito policiais ficaram feridos e 90 foram alvos de pedradas.
Os protestos foram convocados pelo coletivo anticapitalista Blockupy, uma aliança de grupos da sociedade civil, sindicatos e partidos políticos que se inspirou no movimento Occupy Wall Street. Os organizadores da manifestação disserem ter conseguido reunir 10 mil pessoas, vindas de 39 cidades europeias.
Sede milionária
A nova sede do Banco Central Europeu ocupa dois arranha-céus de vidro ligados pelo teto às margens do rio Main, que corta a cidade. Com 185 metros de altura, os edifícios custaram € 1,3 bilhão (R$ 4,4 bilhões) aos contribuintes europeus. Funcionários trabalham no local desde novembro passado.
Em seu discurso de inauguração, o presidente do BCE, Mario Draghi, estimou que os manifestantes estão errados ao protestar contra a instituição.
“A unidade da Europa está sob tensão”, disse ele. “As populações passam por momentos difíceis. Alguns, como os manifestantes que se reúnem hoje do lado de fora, pensam que o problema é que a Europa não faz o suficiente”, afirmou.
“A zona do euro não é uma união política do gênero em que certos países pagam o preço permanentemente pelos outros”, acrescentou. Segundo Draghi, muitos países que tiveram que passar por um período de ajuste difícil "sofrem as consequências de decisões adotadas no passado".
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