S&P retira nota máxima da União Europeia por declínio econômico

A agência de notação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de longo prazo em moeda estrangeira da União Europeia (UE). O bloco europeu perdeu seu triplo A, pontuação máxima da agência, caindo para AA+. Em nota, a S&P afirma que a "credibilidade geral dos 28 membros da União Europeia declinou". Para a agência, os países membros têm encontrado muita dificuldade para atingir um consenso nas negociações sobre o orçamento.

Fachada da Standard & Poor's, em Nova York. DR

O anúncio desse rebaixamento coincide com o último dia da cúpula dos líderes europeus em Bruxelas. O principal resultado prático obtido no encontro foi a criação de um mecanismo para liquidar ou ajudar bancos em risco de falência na zona euro. Esse acordo é visto como o ponto de partida para uma futura união bancária.

A agência de rating acredita que a coesão entre os 28 foi afetada pela crise e alguns países podem estar relutantes em financiar o orçamento da UE nas proporções atuais.

O comissário para Assuntos Econômicos e Monetários do bloco, Olli Rehn, contestou a avaliação da S&P. Segundo Olli Rehn, as transferências dos estados membros sempre aconteceram no prazo, mesmo no auge da crise, e nenhum país questionou a contribuição.

Hollande ironiza decisão da agência

"É muito estranho dar uma nota à UE, que praticamente não faz empréstimos ou empresta muito pouco", disse o líder francês François Hollande durante uma entrevista coletiva em Bruxelas. Ele acrescentou que desde a criação do bloco existiu discussão sobre o orçamento europeu. "Mas é bom dar uma nota à UE nessas condições, assim dá para relativizar a nota que a agência atribui aos países", comentou Hollande.

A S&P foi a primeira das três grandes agências de rating a privar a França da nota máxima AAA. No início de novembro, a S&P degradou ainda mais a nota da França, que passou de AA+ para AA.