Bolsas despencam com fracasso das negociações na Grécia

As bolsas de valores mundiais reagiram com nervosismo ao fracasso das negociações para a formação de um governo de coalizão na Grécia e o anúncio de novas eleições legislativas. Nesta quarta-feira, todas as bolsas europeias iniciaram suas operações no vermelho e, em seguida, acentuaram suas perdas. As principais bolsas asiáticas fecharam em baixa. 

Bolsa de Frankfurt nesta terça-feira. REUTERS/Remote/Kirill Iordansky

As perdas se acentuaram na Europa após a abertura dos pregões. Meia hora após o início das transações, o principal índice francês CAC 40 recuava 0,95%, uma tendência que se propagou para as demais bolsas europeias. Quando eram 9h30, no horário de Paris, a bolsa de Londres perdia -1,18%, Frankfurt, -1,23%, Madri, -1,87% e Milão, -1,29%.

Na Ásia, os mercados também registraram fortes perdas nesta quarta-feira: Tóquio -1,12%, Hong Kong -3,19%, Sidney -2,36% e Seul -3,08%. A cotação euro-dólar também acusou o golpe e evoluía, no período da manhã, abaixo de US$ 1,27, o valor mais baixo em quatro meses.

Tensão no mercado de títulos soberanos

As incertezas sobre a permanência da Grécia na zona do euro provocam tensão no mercado de títulos soberanos. Neste contexto delicado, os investidores procuram refúgio em papéis mais estáveis, como o da Alemanha. A diferença das taxas de empréstimos da dívida da Espanha e da Alemanha bateu um novo recorde e chegou a seu nível histórico mais baixo, 500 pontos.

A França fez uma emissão de títulos de médio e longo prazos nesta manhã, a primeira desde a posse do presidente François Hollande. O Tesouro francês conseguiu captar 7,996 bilhões de euros a taxas de juros em queda. Os bônus franceses com taxa fixa e juros anuais foram emitidos com prazos de 2 e 5 anos a respectivamente 0,74% (contra 0,85% na emissão anterior, de 19 de abril) e a 1,72% (contra 1,83%). Já os títulos franceses com vencimento em 5 anos vão pagar a taxa de juros mais baixa desde a criação da zona do euro, segundo o Tesouro francês.

Duas boas notícias são celebradas hoje na Europa. O desemprego recuou na Grã-Bretanha de 8,4% em fevereiro para 8,2% em março. Atualmente, 2 milhões e 630 mil britânicos estão à procura de trabalho. A Itália registrou excedente comercial de 2,064 bilhões de euros em março, contra um déficit de 3,785 bilhões em fevereiro. O resultado se deve à queda das importações acentuada pela recessão.