Ministros das Finanças do G20 concordam em evitar guerra cambial
Depois de dois dias de reunião, ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G20, concordam em reduzir desequilíbrios comerciais e evitar uma guerra cambial. Foi também aprovado um projeto de reforma do FMI.
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Os países do G20, representados por seus ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais, concordaram neste sábado em reduzir os desequilíbrios comerciais e evitar uma "guerra cambial", após dois dias de debates na Coreia do Sul. Também foi firmado um acordo para uma reforma histórica na governança do Fundo Monetário Internacional.
Países ricos e emergentes decidiram limitar os desequilíbrios de suas contas correntes e parar de intervir para desvalorizar suas moedas, com o objetivo de sustentar o crescimento mundial, segundo um comunicado divulgado após intensos debates na cidade de Gyeongju. A reunião também teve como objetivo preparar a cúpula do G20, que acontece nos dias 11 e 12 de novembro, em Seul, capital sul-coreana.
Os presidentes dos bancos centrais, reunidos em um clima tenso pelo risco de uma "guerra cambial", pediram sistemas com taxas de câmbio "determinadas em maior medida pelo mercado" e apelaram "para a resistência a todo o tipo de medidas protecionistas". Os Estados Unidos vinham pressionando a China por uma valorização do yuan, mantido artificialmente baixo para favorecer as exportações chinesas.
O autor do termo “guerra cambial”, o ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, não participou do encontro, nem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Reforma da governança do FMI
A esperada reforma da governança do Fundo Monetário Internacional (FMI) é "a mais importante já adotada", segundo seu diretor-gerente, Dominique Strauss-Kahn, que falou de um "acordo histórico". O projeto de reforma, que ainda deve ser ratificado pelo Conselho de Administração do FMI, aumenta o capital da instituição, os assentos dos países emergentes no Conselho e amplia suas atribuições quanto à vigilância das políticas monetárias dos Estados.
Como consequência desta reforma, os dez principais países da instituição serão Estados Unidos, Japão, quatro europeus (Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália) e as principais potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia e China). O G20 também concordou em reformar o sistema bancário e as grandes instituições financeiras acusados de provocar a crise de 2008/2009.
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