Em Paris, Costa Gavras entrega prêmio a Cacá Diegues

O cineasta brasileiro Cacá Diegues é o grande homenageado do 15° Festival de Cinema Brasileiro, que acontece em Paris. Nesta terça-feira, na abertura do evento, ele recebeu um troféu do amigo Costa Gavras, cineasta franco-grego, diretor de filmes como Z e Desaparecido.

Carlos Diegues, cineasta brasileiro carlosdiegues.com

Para Gavras, o cinema de Cacá Diegues é como o filho do neorealismo italiano e irmão da Nouvelle Vague francesa. Ou o “primo pobre” do movimento francês, como diz o próprio Cacá. Gavras, vencedor de Oscar, Palma de Ouro de Cannes e Urso de Berlim, diz que Diegues falou, assim como os italianos, dos problemas reais, e com uma estética influenciada pelos franceses.

Nascido em Maceió, em 1940, Cacá Diegues se mudou com a família para o Rio quando tinha seis anos. Quando cursava direito, fundou um cineclube com amigos como David Neves e Arnaldo Jabor. Em 1962, ele dirige um dos episódios de “5 x Favela”. Os outros são assinados por Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirswman, Marcos Farias e Miguel Borges. O filme é um dos marcos do Cinema Novo.

Depois vieram Ganga Zumba (1964), A Grande Cidade (1966) e Os Herdeiros (1969). Após uma fase de exílio na Itália e França, Diegues volta para o Brasil e filma Quando o Carnaval Chegar (1972) e Joanna Francesa (1973). Xica da Silva, de 1976, marca seu maior sucesso popular. Outros filmes aclamados são Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye Brasil (1980). Seguem-se Quilombo, Um Trem para as Estrelas, Dias Melhores Virão, Veja esta Canção, Tieta, Orfeu e Deus é Brasileiro.

Em 2010, Cacá Diegues produziu “5 x Favela, Agora por nós mesmos”, e no ano passado, “5 x Pacificação”, sobre as Unidades de Polícia Pacificadoras nas favelas do Rio.

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Reportagem 16/04/13