Novos tratamentos contra melanomas aumentam sobrevida dos pacientes
Dois novos tratamentos divulgados neste domingo durante um dos maiores congressos de oncologia do mundo mostram que é possível aumentar a longevidade de pacientes que sofrem de melanomas em estado avançado, um tipo agressivo de câncer de pele.
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As pesquisas foram divulgada neste domingo, durante a 47ª Conferência Anual da American Society of Clinical Oncology (Asco), que acontece em Chicago, nos Estados Unidos e reúne oncologistas do mundo todo. O primeiro tratamento utiliza uma molécula experimental produzida pelo laboratório suíço Roche, administrada oralmente, conhecida como Vemurafenib. A substância neutraliza o gene mutante responsável pela proliferação das células cancerígenas, e impede a produção de uma proteína indispensável para o desenvolvimento da doença.
O estudo comparou o resultado obtido entre 675 pacientes: metade utilizou a nova droga e os outros foram submetidos à quimioterapia convencional a base de dacarbazina, que existe desde 1975. Três meses depois, os doentes tratados com Vemurafenib tiveram uma diminuição de 74% do risco de desenvolver a doença e 63% de chances de sobrevida em relação à dacarbazina. Além disso, menos de 10% dos pacientes que testaram a nova droga tiveram efeitos colaterais, como irritações na pele ou dores nas articulações.
"Os resultados representam enormes avanços no tratamento dos melanomas", declarou o oncologista Paul Chapman, do Centro do Câncer Memorial Sloan-Kettering, em Nova York, um dos principais autores deste estudo. “Trata-se do primeiro tratamento bem-sucedido em pacientes que apresentam mutações genéticas específicas nos tumores e poderá se transformar em uma das únicas terapias que prolongam a vida de pacientes vítimas de um melanoma avançado", declarou.
Um outro estudo que pode beneficiar os doentes também foi apresentado neste domingo, mostrando que uma combinação do anticorpo ipilumumab com a quimioterapia também prolonga a vida dos pacientes com melanoma. A taxa de sobrevida de três anos foi de 20,8% entre os pacientes que testaram o novo tratamento, contra 12,2% para os doentes submetidos à quimioterapia tradicional.A substância, que estimula o sistema imunológico, está sendo comercializada pelo laboratório Bristol-Myers Squibb com o nome comercial Yervoy.
O medicamento foi aprovado neste ano pela FDA (Federal Drugs Administration), a agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA. A próxima tentativa dos oncologistas agora será testar o sucesso da combinação dos anticorpos Yervoy com o vemurafenib. As pesquisas já começaram, mas os primeiros resultados só devem ser divulgados dentro de alguns anos. Segundo a OMS, o câncer de pele mata mais de 60 mil pessoas por ano, e 80% deles são melanomas. Mais da metade dos pacientes têm menos de 59 anos.
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