Cabo Verde pede perdão da dívida externa para fazer face ao Covid-19.
Perante o impacto negativo da crise do Covid-19 sobre a economia de Cabo Verde, o executivo anunciou esta segunda-feira, que vai pedir perdão de dívida externa, para poder investir em sectores importantes.
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Devido à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, Cabo Verde vai iniciar um processo para conseguir não só a moratória no pagamento das dívidas, como um perdão da dívida externa.
O anúncio foi feito esta segunda-feira (20/04) pelo vice-primeiro ministro e ministro das finanças, Olavo Correia, durante a cerimónia que oficialisou a disponibilização pela União Europeia de 5 milhões de euros, para apoiar o combate à pandemia de Covid-19, que já causou 67 infecções no país.
Olavo Correia disse que o país precisa ter recursos para cobrir o “gap” orçamental na ordem dos 200 milhões de euros.
"...nós queremos a curto prazo conseguir os 5 milhões de euros, para fechar o défice orçamental e depois colocar na agenda internacional o tema do perdão da dívida externa, mas num quadro internacional, que tem a ver com os pequenos países insulares e os países africanos menos desenvolvidos...da parte da comunidade internacional tem havido sinais, espero que haja um comprometimento internacional nese sentido".
O governo de Cabo !verde aponta para uma recessão da economia em 2020 a volta dos 5%; prevê uma retracção no investimento público e privado e o desemprego deverá duplicar em Cabo Verde, passando para mais de 20%.
Já o FMI prevê que os países dependentes do turismo, como Cabo Verde, deverão passar por uma quebra severa e que a dívida pública do arquipélago vai aumentar para 132,5% este ano.
Cabo Verde recebeu esta segunda-feira (20/04) donativos de materiais e de equipamentos médicos de protecção individual provenientes da China, para combater a pandemia de Covid-19 que registou esta segunda-feira mais 6 casos positivos, sendo 5 na ilha de Santiago e 1 na da Boa Vista, aumentando assim o número total de infecções para 67,segundo o Ministério da Saúde.
Na passada sexta-feira (17/04) o FMI e o Banco Mundial anunciaram um pacote de medidas como a disponibilisação de 57 mil milhões de dólares por cada uma das instituições, para apoiar vários países, entre os quais 5 milhões de dólares Cabo Verde e 2,5 milhões de dólares para São Tomé e Príncipe.
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