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Racismo

Comoção nacional no Brasil após assassinato de refugiado congolês

Em dezenas de cidades brasileiras, houve protestos neste sábado para pedir justiça pelo assassinato de Moïse Kabagambe, refugiado congolês, espancado até a morte no dia 24 de Janeiro numa praia de Rio de Janeiro, no quiosque onde trabalhava.

A família de Moise Kabagambe marcou presença na manifestação que acontecue no sábado no Rio de Janeiro.
A família de Moise Kabagambe marcou presença na manifestação que acontecue no sábado no Rio de Janeiro. © Pierre le Duff
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O assassinato de Moïse Kabagambe, congolês e refugiado político no Brasil há dez anos, comoveu o pais inteiro. O jovem tinha 24 anos e foi morto por ter pedido dois dias de salário em atraso. Terá sofrido mais de 30 golpes em todo o corpo e foi encontrado já sem vida, amarrado numa escada.

A mãe de Moïse, Ivone, falou aos manifestantes perto do quiosque onde ele brutalmente atacado, agradecendo a presença de todos e pedindo justiça para o filho falecida de forma trágica.

Ivone, mãe de Moise, agradece a participação dos manifestantes
A família de Moise Kabagambe marcou presença na manifestação que acontecue no sábado no Rio de Janeiro.
A família de Moise Kabagambe marcou presença na manifestação que acontecue no sábado no Rio de Janeiro. © Pierre le Duff

Além da comunidade congolesa, muitos brasileiros negros participaram da manifestação. Tainara, estudante de Ciências Sociais, que estava na manifestação denunciou o racismo estrutural na sociedade brasileira.

"Aqui no Brasil, é cultural ver preto e pobre morto diariamente de forma covarde. Isso é só a expressão mais violenta do racismo. Nos somos ‘sub-cidadoes’ no nosso próprio mundo, não somos parte dessa naçao", disse a manifestante à RFI.

Três homens foram detidos pelo crime, apanhados em flagrantes pelas cameras de vigilância. Pelo menos uma testemunha disse ter visto o espancamento do jovem, mas os três homens disseram tratar-se de um assaltante. Apólícia continua a investigar as motivações deste crime.

A autarquia do Rio de Janeiro anunciou que o quiosque, na praia da Barra da Tijuca, passará a ser um memorial em homenagem a Moise e à cultura africana.

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem uma residência particular na rua onde ocorreu o crime, ainda não se manifestou sobre o caso.

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