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Brasil/Crise político-institucional

Brasil: crise político-institucional, Jair Bolsonaro cada vez mais criticado e isolado

Crise politica e institucional no Brasil que vive o pior momento da pandemia, com 3.780 óbitos esta terça-feira, 30 de março, dia em que os chefes dos três ramos das Forças Armadas apresentaram a sua demissão após a destituição na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro do ministro da defesa, general Fernando Azevedo e Silva, substituído no dia seguinte pelo general Braga Netto.

Brasil em crise político-institucional, com o Presidente Jair Bolsonaro cada vez mais criticado e isolado.
Brasil em crise político-institucional, com o Presidente Jair Bolsonaro cada vez mais criticado e isolado. ©
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Pela primeira vez na história do Brasil, os três comandantes das Forças Armadas - Ar, Mar e Terra - pediram conjuntamente as respectivas demissões, segundo tudo indica na sequência da demissão do ministro da defesa Fernando Azevzdo e Silva e antes de serem demitidos pelo Presidente Jair Bolsonaro, muito criticado pela sua gestão da pandemia da Covid-19 e por pretender politizar as Forças Armadas.

São eles Edson Pujol - Exército, Ilqes Barbosa - Marinha) e António Carlos Bermudes - Aeronáutica e a decisão foi tomada em Brasília, na presença do novo ministro da defesa Braga Netto e do seu antecessor Fernado Azevedo e Silva.

Não houve qualquer comentário oficial sobre os motivos, mas segundo observadores, as tensões tinham-se agudizado entre Jair Bolsonaro e o alto comando do exército, para quem o Presidente teria ultrapassado uma linha vermelha, quando quis recorrer para a justiça contra as medidas de isolamento social adoptadas por governadores.

O ex-ministro general Santos Cruz lamenta o silêncio do Presidente.

"Acho que era questão até de consideração com o público dizer alguma coisa, sobre essas pessoas que dedicaram 45 anos à sua instituição e dedicaram dois anos ao governo, eu acho que o governo deveria se pronunciar. É mais uma falha de comunicação, até de educação básica".

No dia 57° aniversario do golpe militar de 31 de março de 1964, que depôs o Presidente João Goulart e instaurou a ditadura militar no Brasil até 1985, esta crise gera até temores de agitação nos quartéis e surge no pior momento da pandemia da Covid-19 no Brasil, que esta terça-feira, 30 de março, bateu um novo recorde com 3.780 mortes pelo novo coronavirus, com registo de mais de 320.000 mortos desde o início da pandemia.

Na segunda-feira, 29 de março, o Presidente Jair Bolsonaro demitiu seis ministros, entre os quais os da defesa, justiça e dos negócios estrangeiros, Ernesto Araújo, acusado de ter atrasado a compra de vacinas contra a Covid-19, devido a divergências com a China e alinhamento com os Estados Unidos e o então Presidente Donald Trump, que foi substituído pelo diplomata Carlos Alberto Franco França

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