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Brasil/ eleições

Classe C vai definir as eleições no Brasil, avalia Le Monde

A eleição presidencial no Brasil ocupa a primeira página do jornal francês Le Monde deste fim de semana. O vespertino avalia que são os eleitores da classe emergente que vão definir o vencedor da votação, no domingo (26). “O voto das camadas sociais que se beneficiaram do desenvolvimento econômico é o principal desafio do pleito”, avalia Le Monde. “A presidência se decidirá no centro.”

As eleições no Brasil estão na capa do Le Monde deste fim de semana.
As eleições no Brasil estão na capa do Le Monde deste fim de semana. Reprodução: Le Monde
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O correspondente do diário no Brasil explica que, “ao final de uma campanha eleitoral maluca com reviravoltas incessantes, reveladora das dúvidas que agitam o país em plena mutação, Dilma Rousseff pode contar com uma sólida implantação no norte e no nordeste”, enquanto “Aécio Neves vai se dar bem nas ricas regiões sul e sudeste”. O texto observa que os comícios de Dilma Rousseff e Aécio Neves no segundo turno, focados na chamada classe C, demonstraram o quanto os votos desses eleitores são decisivos para o resultado. Eles representam 44% do eleitorado.

Para conquistar essa parcela da população, os candidatos adotaram estratégias distintas, destaca o jornal. Dilma direcionou para Aécio a técnica “ofensiva” que havia aplicado contra Marina no primeiro turno e que, de acordo com as pesquisas de intenções de votos mais recentes, “trouxe frutos”. A presidente petista insistiu nos riscos para os programas sociais em caso de vitória da oposição. Para se defender, Aécio garante que o “seu primeiro compromisso é garantir a continuidade” de programas como o Bolsa Família.

Classe C dividida

Na reportagem, o jornal ouviu pesquisadores brasileiros que tentam explicar a divisão das classes médias baixa e intermediária sobre a eleição. A cientista política Helcimara de Souza Telles afirma que uma parcela dos eleitores da classe C sente “gratidão” em relação ao PT, pelos avanços conquistados nos últimos anos, e não vai abrir mão de votar em Dilma. Já a outra considera que a ascensão social é resultado dos próprios esforços. São esses últimos que podem escolher tanto Dilma quanto Aécio, segundo a professora da UFMG.

A pesquisadora destaca que a candidata Marina Silva tinha conquistado uma parte importante desses eleitores, que agora tendem a votar em Aécio. Outros, indecisos “se deixam guiar pela situação econômica do momento”.

Papel de Lula

Le Monde também observa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para a rua para conquistar o eleitorado beneficiado pelos programas sociais. “Lula está com a voz rouca do fim da campanha”, diz o jornal, acrescentando que “é com o verbo, a sua principal arma política”, que o ex-presidente defere críticas a Aécio e Fernando Henrique Cardoso a cada comício do qual participa, na tentativa de garantir um segundo mandato para a “sua herdeira”.
 

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