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Brasil/Eleições

Frase homofóbica de Fidelix é resultado da participação dos “nanicos”, diz The Guardian

Ao repercutir as declarações homofóbicas do candidato à presidência no Brasil Levy Fidelix durante o debate deste domingo (28), o jornal britânico The Guardian diz que o incidente é resultado do formato “complicado” da disputa brasileira, em que “quatro candidatos com menos de 1% nas pesquisas recebem quase o mesmo destaque nos debates da televisão”.

Declaração de Levy Fidelix foi repercutida no “The Guardian”.
Declaração de Levy Fidelix foi repercutida no “The Guardian”. theguardian.com
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Para o Guardian, o incidente explicitou o desafio que é conseguir manter equidade de tempo em uma disputa com sete candidatos. O jornal diz que os debates no Brasil costumam ser tão confusos que, no encontro de domingo, na Rede Record, até mesmo os líderes da disputa pareciam não ter certeza das regras.

“Como se isso já não fosse o suficiente para garantir uma baixa audiência, o debate foi transmitido à meia-noite, quando todos já estavam dormindo”, afirma o correspondente no Brasil, Jonathan Watts.

Foi esse contexto que teria dado espaço às declarações de Levy Fidelix que, entre outras frases consideradas preconceituosas, disse que homossexuais precisam de tratamento psicológico e que os preferia “longe”. “Fidelix não tem chances de vitória e não conta com o apoio nem de 1% do eleitorado”, diz o Guardian. “Mas por causa do tempo igual dado a todos os candidatos no debate de domingo, ele pôde soltar a sua torrente de injúrias”, completa o diário.

Sem reação dos outros candidatos

O Guardian também destaca que nenhum dos três principais candidatos – Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves – demonstrou qualquer tipo de reação às declarações homofóbicas. O debate foi uma oportunidade para eles detalharem seus programas e destacarem o ponto fraco dos adversários, diz o jornal, “mas acabou sendo uma mistura de declarações suaves com ataques pessoais”.

Os quatro candidatos “marginais” acabaram roubando a cena e sendo os responsáveis pelas principais frases de efeito do encontro. O Guardian diz que Luciana Genro fez bom uso de seu tempo para apontar as falhas dos adversários e para denunciar a homofobia, Eduardo Jorge arrancou aplausos por sua posição pela legalização da maconha e Pastor Everaldo, “que é contra o aborto e contra direitos dos homossexuais, acabou parecendo moderado em comparação a Levy Fidelix.”

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