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Brasil/Eleições

Dilma enfrenta "desgaste do poder", diz Le Monde

A edição do jornal Le Monde que chegou às bancas nesta terça-feira (12) se pergunta se a derrota da seleção brasileira para a Alemanha por 7 a 1 na semifinal da Copa do Mundo pode ter comprometido a reeleição da presidente Dilma Rousseff, e diz que ela tem de enfrentar o "desgaste do poder".

A presidente Dilma Rousseff durante campanha em Osasco, no dia 9 de agosto de 2014.
A presidente Dilma Rousseff durante campanha em Osasco, no dia 9 de agosto de 2014. REUTERS/Paulo Whitaker
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O texto afirma que todos os partidários da presidente se apressaram em apontar que os brasileiros "não confundem o esporte nacional e a vida real", e que os resultados de competições precedentes não influenciaram eleições presidenciais. Mas essa derrota foi inédita, e afetou seriamente a autoestima dos brasileiros, segundo Le Monde.

A frustração, que já existia devido à desaceleração econômica e ao aumento dos preços, foi multiplicada pela derrota da Seleção. "Quando o pessimismo substitui a confiança, o eleitorado tende a despachar os atuais governantes", escreve o jornalista Paulo Paranaguá.

Ele analisa que o descontentamento expresso nos movimentos sociais de junho de 2013 não teve uma resposta do governo: o transporte público, a educação e a saúde não melhoraram, e a corrupção não desapareceu. O texto cita ainda o escândalo envolvendo a Petrobrás, que estourou pouco antes da Copa e prejudicou a imagem de Dilma Rousseff.

Falta de carisma

Além disso, Le Monde afirma que é preciso contar com o "desgaste do poder". O PT (Partido dos Trabalhadores) está no poder há 12 anos, e Dilma, "que não tem carisma", só foi eleita porque era a escolhida de Lula e tinha fama de boa administradora. Mas o jornal afirma que a gestão econômica não deu os resultados esperados, e que todo o resto ficou de lado.

Para o diário francês, a presidente brasileira não tem a capacidade de comunicação necessária para conduzir uma boa campanha eleitoral e só pode contar com Lula, que manteve intacto seu "capital de simpatia". Os próprios dirigentes do PT podem prejudicar a campanha de Dilma, já que continuam defendendo os colegas condenados no julgamento do Mensalão.

Le Monde aponta que a diferença entre Dilma e seu principal rival, Aécio Neves, não para de diminuir, segundo as pesquisas de intenção de voto. O jornal explica a seus leitores franceses quem são os outros candidatos à presidência da República, salientando que Aécio Neves e Eduardo Campos são ambos "herdeiros": o primeiro é neto de Tancredo Neves, e o segundo neto de Miguel Arraes.

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