Brasil pede explicações aos EUA sobre possível espionagem no FMI

As autoridades brasileiras convocaram uma reunião informal com os Estados membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) para pedir explicações sobre as suspeitas de espionagem da instituição pelos Estados Unidos. O encontro foi organizado a pedido de Paulo Nogueira Batista, que representa o Brasil no Fundo. 

A diretora do FMI, Christine Lagarde, não participou da reunião convocada por Paulo Nogueira Batista. REUTERS

A reunião foi convocada por Paulo Nogueira Batista, representante do Brasil no conselho de administração do Fundo Monetário Internacional. “Estou em busca de explicações”, disse ele, sem dar detalhes sobre o conteúdo das discussões durante o encontro. Questionado se os Estados membros compartilhavam sua preocupação sobre o tema, o brasileiro evitou responder, alegando o princípio de “confidencialidade” das conversas na instituição. Batista confirmou apenas que Christine Lagarde, diretora do FMI, não participou da reunião.

Essa não é a primeira vez, desde que o ex-consultor da Agência norte-americana de segurança (NSA na sigla em inglês) Edward Snowden tornou públicas informações incriminando Washington, que suspeitas de espionagem visando instituições internacionais suscitam questões. Em agosto as Nações Unidas já haviam pedido explicações aos Estados Unidos sobre as revelações de que a NSA teria espionado seu sistema interno de vídeo-conferência. Os escritórios da União Europeia em Washington também teriam sido alvo do esquema de vigilância.

Em outubro o secretário de Estado norte-americano John Kerry reconheceu pela primeira vez que em algumas situações Washington teria ido “longe demais”. Segundo a imprensa local, a administração do presidente Barack Obama já teria pedido a NSA o fim da espionagem na sede do FMI e do Banco Mundial, ambos em Washington. As duas instituições, que tem os Estados Unidos como principal colaborador financeiro, preferiram não comentar o assunto.