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Copa do Mundo

Arena da Amazônia será um elefante branco, diz Le Monde

Com uma reportagem de duas páginas, o jornal Le Monde escreve que a Arena da Amazônia, um dos doze estádios que vão abrigar a Copa do Mundo de 2014, tem fortes chances de se tornar um elefante branco após o fim da competição.

Construção do estádio Arena da Amazônia que vai sediar 4 jogos da Copa do Mundo de 2014.
Construção do estádio Arena da Amazônia que vai sediar 4 jogos da Copa do Mundo de 2014. Gideão Soares/Portal da Copa
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“O elefante branco da Amazônia não é uma espécie em extinção. Pelo contrário, ele é grande e majestoso”, com esse tom irônico o jornal francês Le Monde inicia uma extensa reportagem de Nicolas Bourcier, enviado especial do jornal à Amazônia, Rio de Janeiro e Brasília. No texto, ele avalia os desafios que esperam pelo Brasil após sediar a Copa do Mundo.

Entre os primeiros desafios, o jornal coloca a Arena da Amazônia. O estádio, quem tem capacidade de 44 mil lugares, vai sediar quatro jogos da Copa do Mundo “e depois mais nada".  "Nenhuma competição de alto nível. Nenhuma competição digna deste nome”, revela o texto. As equipes locais Nacional, Penarol, Rio Negro ou Fast Clube “não estão à altura do desafio”.

O campeonato amazonense tem, em média, um público de 2 mil pagantes por partida, bem abaixo da dimensão do futuro estádio e um contraste com o valor investido de R$ 534 milhões. Já um dos arquitetos envolvidos no projeto, Miguel Capobiango, só vê aspectos positivos. “O estádio é um pretexto para o desenvolvimento de toda a região”, considerou.

A reportagem do jornal também aponta “outros paquidermes de concreto” pelo Brasil, como a Arena do Pantanal em Cuiabá cuja obra é orçada em R$ 420 milhões, a Arena das Dunas de Natal, R$ 413 milhões, e o estádio Mané Garrincha, em Brasília. Para padrões da capital federal, um jogo considerado um “sucesso”, reúne 8.489 torcedores. Ou seja, praticamente 10% da capacidade do estádio que custou R$ 1 bilhão, uma cifra 40% superior ao custo estimado inicialmente.

O jornal conclui a reportagem lembrando que a África do Sul e a Grécia convivem até hoje com seus elefantes brancos e que o Brasil, país onde o “futebol é rei”, corre o risco de construir “catedrais esportivas para poucos ou para ninguém”.

 

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