Imprensa francesa repercute onda de violência na Bahia

Os sites dos principais jornais franceses repercutem hoje a notícia da greve dos policiais militares na Bahia. O site do Le Monde publica uma galeria de fotos impactantes sobre a tensão entre os PMs e o Exército, enquanto o Le Parisien destaca que a onda de violência provocada pela paralisação policial acontece a apenas duas semanas do Carnaval, o maior evento turístico de Salvador.

Le Monde mostra imagens da presença do Exército nas ruas da Bahia. DR

“A greve resultou em uma onda de roubos a mão armada e em ao menos 89 homicídios, a duas semanas do Carnaval, que atrai dezenas de milhares de turistas a Salvador”, explica a reportagem da agência France Presse, publicada no jornal Le Parisien.

“Soldados e tanques do Exército brasileiro patrulham Salvador”, afirma o texto da agência Reuters, publicado no jornal gratuito 20 Minutes. A reportagem explica que os grevistas pedem aumento salarial de 30%, mas o governo oferece “apenas 6,5%”.

O texto lembra que Salvador é uma cidade tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco e receberá jogos da Copa do Mundo de 2014. Também destaca que o governo americano desaconselhou seus cidadãos de viajar para a cidade enquanto a violência não cessar.

No Le Parisien, a reportagem relata que os grevistas prometem resistir à pressão e não temem o confronto entre “uma tropa armada contra outra tropa armada”. O resultado é que os baianos têm preferido não sair de casa com medo da violência, conforme o texto, que se baseia em matérias da imprensa brasileira.

Já na galeria de fotos publicada no Le Monde, imagens mostram os tanques do Exército circulando pela cidade, de onde soldados apontam as armas para os passantes. As fotos também exibem o patrulhamento por terra e a prisão de suspeitos de crimes, além de um grevista ferido por balas de borracha.

Enquanto isso, a Radio France Internationale enviou um repórter francês à Bahia e publica hoje uma reportagem sobre a situação em Salvador, que "virou uma cidade caótica" desde o início da greve. O jornalista François Cardona relata que "a tensão é paupável" e que os familiares dos policiais, em vigília em frente à Assembleia baiana, onde se refugiam os grevistas, afirmam em coro que "a polícia unida jamais será vencida".