Ministros adotam plano de ação contra o tráfico de cocaína
Os ministros do Interior e da Justiça do G8 se reuníram em Paris nesta terça-feira para discutir medidas de luta contra o tráfico de cocaína. Países da América Latina, África e Caribe, envolvidos na produção, comercialização e consumo da droga também participaram do encontro. Um dos projetos estudados foi a criação de um fundo internacional para combater o problema.
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Flávio Botelho, em colaboração com a RFI
O evento, intitulado "A rota transatlântica da cocaína", contou com a participação de representantes do G8 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Japão e Rússia), e ministros e embaixadores do Brasil, Colômbia, México, Bolívia, Peru, República Dominicana, Espanha, Argélia, Marrocos, Senegal, Gana, Nigéria e África do Sul, além de nove organizações internacionais, como o Banco Mundial e a Interpol. Durante o encontro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que preside o G8, propôs a criação de um fundo internacional para combater o tráfico de cocaína, constituído à partir dos bens confiscados dos próprios traficantes.
A criação do fundo ainda será estudada e nenhuma medida concreta foi anunciada sobre o funcionamento do dispositivo, mas o documento final do encontro sugere que a Organização da Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC) encabece a reflexão sobre o assunto. “Nós encorajamos a ONUDC à explorar, com as instituições financeiras internacionais pertinentes, a possibilidade de identificar os financiamentos inovadores", indica o texto.
José Eduardo Cardozo, Ministro brasileiro da Justiça
O ministro francês do Interior, Claude Guéant, disse que a luta contra o tráfico de cocaína só terá sucesso se o engajamento for global. "Deve interessar os países produtores, de trânsito e consumidores, e deve incluir uma dimensão de luta contra a criminalidade, o reforço da governança e a conversão das atividades agrícolas", argumentou o francês.
Já o ministro brasileiro da Justiça, José Eduardo Cardozo, elogiou o fato de que todas as intervenções feitas durante o evento não faziam diferença entre os países, seja ele consumidor, produtor ou simplesmente ponto de passagem do tráfico transatlântico, como no caso do Brasil. “Aquela visão mais antiga está superada e afirmamos o princípio da corresponsabilidade no enfrentamento do narcotráfico e do crime organizado”, explica Cardozo.
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