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Nações Unidas

Angola e São Tomé e Príncipe pedem mais representatividade para África nas Nações Unidas

Tanto João Lourenço, Presidente de Angola, como Patrice Troavoada, primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, subiram na quarta-feira à tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, para pedir a reinvenção do multilateralismo, com o líder angolano a insistir que está na altura de ter um páis africano no Conselho de Segurança.

João Lourenço falou na quarta-feira na Assembleia Geral da ONU.
João Lourenço falou na quarta-feira na Assembleia Geral da ONU. UN Photo/Cia Pak - Cia Pak
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A sessão de quarta-feira da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas levou ao púlpito da organização o Presidente angolano João Lourenço, que lembrou o pedido antigo de muitos Estados africanos para a reforma do Conselho de Segurança, de forma a haver mais representatividade e mais eficácia no seio deste órgão que é muitas vezes desrespeitado a nível internacional.

"É evidente que na perspectiva do multilateralismo, as Nações Unidas têm de se capacitar para assumir um papel efectivo no cumprimento das suas atribuições, impondo-se com urgência a necessidade da reforma do Conselho de Segurança, por forma a que este órgão reflicta a realidade dos tempos actuais, total e profundamente diferente da vivida imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial.

A República de Angola, defende, por isso, a necessidade da revisão da representatividade das diferentes regiões do mundo no Conselho de Segurança. Neste domínio, no que diz respeito ao continente africano, defendemos o consenso de Ezulwini e a Declaração de Sirte, que estabelecem a necessidade de atribuição à África de assentos como membros permanentes no Conselho de Segurança, com todos os privilégios inerentes à categoria", disse João Lourenço.

Também no seu discurso, Patrice Trovoada, primeiro-ministro são-tomense, falou na importância de reformar as Nações Unidas, de forma a alcançar um multilateralismo “reinventado e mais solidário.”

A paz em África

João Lourenço, designado pela União Africana como campeão para a paz, falou também da importância da paz no continente, mostrando-se confiante na resolução do diferendo na República Democrática do Congo, com o Ruanda e com o M23, e pedindo que sejam utilizadas as contribuições fixas para lutar contra o terrorismo em África.

A República de Angola tem procurado contribuir com a sua experiência em termos de construção da paz, da harmonia e da reconciliação nacional, para a resolução de conflitos que assolam o continente africano, com especial enfâse para o que ocorre na RDC, onde acreditamos que se poderá construir uma base de confiança entre os beligerantes, que contribua para um abrandamento da tensão na região dos Grandes Lagos e conduza à tão almejada paz.

Essas diligências para conter a expansão do terrorismo e outras acções de desestabilização, implicam custos financeiros que nem sempre os nossos países estão capazes de suportar e que, por isso, podem comprometer o sucesso das operações de pacificação que se levam a cabo e deitar por terra as esperanças que se alimentam à volta desses processos.

É por isso essencial reafirmarmos a necessidade de um financiamento adequado, sustentável e previsível para os esforços na luta contra o terrorismo no continente, pelo que considero oportuno renovarmos o apelo às Nações Unidas, particularmente ao Conselho de Segurança, para a utilização de contribuições fixas para operações de apoio à paz mandatadas pela União Africana.

Alterações climáticas

Já Patrice Trovoada lembrou perante todos os Estados-membros das Nações Unidas que o seu arquipélago está a pagar um preço demasiado elevado pelas alterações climáticas provocadas por países que poluem muito mais do que São Tomé e Príncipe.

“O meu país, um pequeno Estado insular que goza de uma democracia efetiva há mais de 30 anos e que ainda está em desenvolvimento, é uma das principais vítimas das alterações climáticas, da degradação dos ecossistemas e da dependência económica”, disse o primeiro-ministro.

Segundo Trovoada, o país vive “uma situação de verdadeira urgência econômica e financeira a curto prazo.”

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