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Angola

Protesto em Luanda marcado pelo silêncio

Os angolanos são chamados esta sexta-feira, 31 de Março, a participar no movimento “Dia 31 Fica em Casa”. O jurista Agostinho Canando reconhece que a acção de protesto, que pretende alertar as autoridades para condições de pobreza da população, é um direito constitucional.

Mercado do Asa Branca do município do Cazenga, Luanda.
Mercado do Asa Branca do município do Cazenga, Luanda. © Francisco Paulo
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A província de Luanda acordou esta manhã com as ruas, paragens de transportes e mercados vazios. Situação idêntica nas áreas comerciais que permaneceram encerradas.

Em declarações à RFI, o estudante da Universidade Lusíada de Angola, Manuel Veloso, confirmou a fraca circulação de pessoas e viaturas no trajecto que percorreu entre a zona de Cacuaco até ao bairro da Terra Nova, Distrito Urbano do Rangel.

“A cidade está calma, não tem muita gente pelas ruas, o que é um pouquinho desconfortável, mas também é satisfatório para nós estudantes, porque não tem aquele ciclo de pessoas a lutarem, por causa de táxi e essas coisas todas”,referiu.

 

Carolina Mateus, comerciante no mercado do Asa Branca do município do Cazenga, explicou muitos vendedores preferiram ficar em casa, com o medo de perder o negócio em caso de vandalismo na praça.

“Hoje o mercado está vazio porque muita gente tinha medo de vir hoje, por que, às vezes podiam ter confusão. Os que vivem longe não têm táxi para regressar às suas casas, então, a maioria não vieram. Nós como estamos aqui próximo viemos”, detalhou.

 

Francisco Ebo, electricista de uma empresa privada, decidiu não ir trabalhar esta sexta-feira, salientanto que não receia o despedimento por ter faltado ao trabalho.

“ Eu não fui trabalhar para fazer valer o meu dever de cidadania, porque, actualmente, não há muito desemprego, a saúde é precária, por isso é que estou em casa. Não temo, não temo, porque também não temo mesmo o emprego”, nota.

 

Os angolanos são chamados esta sexta-feira, 31 de Março, a participar no movimento “Dia 31 Fica em Casa”, convocado pelo actvista “Gangsta”.  O jurista Agostinho Canando reconhece que a acção de protesto, que pretende alertar as autoridades para condições de pobreza da população, é um direito constitucional.

 “Temos o artigo 3º da Constituição que diz que a soberania residiu no povo. Significa que o povo, quando percebe que a gestão da coisa pública para o engrandecimento de uma, duas ou três pessoas, em detrimento de milhares de angolanos, então deve pegar em todo e qualquer meio legal para poder fazer [ouvir o seu protesto]”, conclui o advogado.
Mercado do Asa Branca do município do Cazenga, Luanda.
Mercado do Asa Branca do município do Cazenga, Luanda. © Francisco Paulo

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