Acesso ao principal conteúdo
Angola

Angola: Observadores criticam Presidente por “promover” principal suspeito de envolvimento em tráfico de drogas

Analistas angolanos criticam o chefe de Estado por nomear o principal suspeito no envolvimento do tráfico de droga ao cargo de director-geral adjunto do Serviço de Investigação Criminal (SIC). Trata-se do comissário Fernando Receado, antigo delegado do órgão de Luanda, que tem contra ele um processo instaurado pela justiça angolana.

Palácio da Justiça, Luanda. Imagem de Arquivo.
Palácio da Justiça, Luanda. Imagem de Arquivo. © AFP - OSVALDO SILVA
Publicidade

O Presidente angolano nomeou, há dias, vários responsáveis do Serviço de Investigação Criminal (SIC), entre os quais o comissário, este estando a ser investigado por liderar uma suposta “rede de tráfico de droga”.

A indicação de Fernando Receado para director-geral adjunto do Serviço de Investigação Criminal está a causar indignação entre analistas, uma vez que se desconhece a conclusão da investigação que recai sobre o ex-dirigente do SIC-Luanda.

O advogado Agostinho Canando não ficou surpreendido com a promoção de Fernando Receado, ao alegar que a nomeação do comissário apenas comprova, mais uma vez, a interferência directa do chefe do Estado na justiça angolana.

É uma nomeação com propósito, se calhar de atrapalhar aquilo que são as investigações que estão a decorrer contra este mesmo indivíduo. A partir deste momento vai impedir que as investigações decorram nos seus trâmites normais. Quer dizer que é a justiça angolana a sair lesada, por conta daquilo que é a interferência directa ou indirecta do titular do poder executivo”, sintetizou o também professor.

Já o politólogo José Adalberto sublinha que o presidente ao nomear o comissário não teve boa postura, por estar a decorrer uma investigação sobre o alegado envolvimento do oficial de investigação criminal no tráfico de droga.

Havendo suspensão já não se nomeia a figura. Penso que o presidente andou mal, porque existe um inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República contra a figura nomeada, embora goze do princípio da presunção de inocência, mas é inquirido por ser suspeito de cometer crimes de tráfico de drogas”, comentou o analista.

Em Janeiro deste ano a Procuradoria-Geral da República anunciou a abertura de uma investigação para apurar o envolvimento de altos responsáveis do Serviço de Investigação Criminal no tráfico de droga, incluindo o antigo delegado provincial de Luanda.

Neste momento, ninguém quer se pronunciar e nem mesmo a procuradoria.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.