Covid-19: Valdemar Tchipenhe constrói quatro laboratórios em Angola

O cientista Valdemar Tchipenhe, 23 anos, tornou-se o "jovem angolano revelação" pelo trabalho que desenvolveu pelo mundo no combate à Covid-19.

Cientista angolano Valdemar Rodrigues Tchipenhe. © Valdemar Tchipenhe

O Ministério da Saúde de Angola assinou em Julho um acordo com a China, para a construção e montagem de quatro laboratórios nas províncias de Luanda, Uíge, Lunda Norte e Huambo, com coordenação do cientista angolano Valdemar Tchipenhe.

"Temos um laboratório em Luanda que tem uma capacidade de 6.000 amostras por dia. Neste momento encontro-me no Uíge para fazer a construção de mais um laboratório que terá uma capacidade de 2.000 amostras por dia."

O cientista angolano, de 23 anos, é membro do projecto da empresa chinesa BGI Genomics, com oito investigadores chineses. O grupo de cientistas foi responsável pela instalação de laboratórios e formações a técnicos no Gabão, Togo e Benin, na luta contra o Covid-19.

"Sem termos uma vacina, a única maneira de combater contra o Covid-19 é evitar a propagação." 

O grupo prossegue agora trabalhos em Angola onde ampliaram a capacidade de realizar testes.

"De certa forma sou a ponte entre o ministério da Saúde e a minha empresa  [chinesa BGI Genomics], a formação é praticamente feita só por mim."

Desde Setembro, a capital angolana conta com uma infra-estrutura, o Centro de Diagnóstico Laboratorial de Viana, em Luanda, onde são feitos mais de 6.000 testes de diagnóstico e serológicos por dia, como descreve Valdemar Tchipenhe.

"Uma das coisas que aprendi foi enfrentar muitas realidades e perceber que ainda há pessoas "ignorantes", que acham que a Covid não existe. Em termos técnicos, aprendi a liderar uma equipa, aprendi a interagir directamente com um ministério e ser um ponto de comunicação entre dois governos, angolano e chinês."