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Angola

Luanda Leaks: Os segredos de família

Luanda Leaks é o nome dado à fuga de documentos confidenciais analisados pelo Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação. São no total de mais de 715 000 ficheiros que revelam esquemas financeiros suspeitos dos negócios de Isabel dos Santos e do seu marido Sindika Dokolo.

Isabel dos Santos e o seu marido Sindika Dokolo no festival de cinema de Cannes, em França.
Isabel dos Santos e o seu marido Sindika Dokolo no festival de cinema de Cannes, em França. Venturelli/WireImage
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Os ficheiros detalham o funcionamento interno de cerca de 400 empresas e filiais, criadas desde 1992 e espalhadas por 41 países, onde Isabel dos Santos e Sindika Dokolo têm negócios. São no total de mais de 715 000 ficheiros que revelam esquemas financeiros suspeitos dos negócios de Isabel dos Santos e do seu marido Sindika Dokolo.

Trocas de e-mails, com todo o tipo de documentos em anexo, provenientes de contas de e-mail de funcionários da Fidequity, umas das sociedades do casal sediada em Portugal e de outras várias empresas ou prestadores de serviços.

Os Luanda Leaks permitem esclarecer o papel de todos estes intervenientes que questionaram muito pouco o controlo que a família dos Santos exerceu sobre a economia angolana, os montantes astronómicos das transações financeiras ou imobiliárias, e muito menos sobre a origem da fortuna do casal.

Em entrevista à RFI, Sindika Dokolo defende-se e fala em perseguição política. O empresário congolês aponta o dedo ao Presidente João Lourenço, ao antigo vice-presidente Manuel Vicente e afirma que "o braço armado deste complot" é Rui Pinto", o hacker português autor do Futebol Leaks e acusado pela justiça portuguesa de 90 crimes.

Os Luanda Leaks vão sem dúvida dar argumentos aos inimigos de uma das famílias mais ricas e protegidas de África. Várias acções da iniciativa do governo angolano estão actualmente em curso, em Angola e noutros países ocidentais. Elas dever-se-ão multiplicar nas próximas semanas, após as revelações do Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação.

A investigação dos «Luanda Leaks» foi coordeanada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) que recebeu os documentos da Plataforma de Protecção de Whistleblower de África (PPLAAF), uma jovem organização lançada por dois advogados para protegerem os responsáveis pela fuga de documentos de interesse público no continente.

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