Jornalista da AFP em Angola foi solto

Depois de um fim-de-semana passado na cadeia, foi solto hoje o repórter Nsimba Jorge, um dos correspondentes da AFP - Agência France Presse em Angola, que foi detido no Sábado à noite à saída do Hospital do Uíge (no norte de Angola) depois de ter recolhido testemunhos de algumas das vítimas do acidente que provocou cerca de duas dezenas de mortos no estádio 4 de Janeiro naquela localidade na passada Sexta-Feira. As autoridades alegaram na altura que o jornalista não tinha autorização para fazer a sua reportagem no Hospital do Uíge.

Nsimba Jorge, correspondente da AFP em Angola Rede Angola

De acordo com o relato do jornalista que estava a recolher testemunhos no terreno, não sofreu qualquer impedimento de fazer o seu trabalho até ao momento em que recolheu depoimentos no Hospital. O jornalista que foi ouvido esta manhã pela justiça saiu em liberdade depois de ter passado duas noites na cadeia. Ao contar à RFI as condições da sua detenção, Nsimba Jorge, mostra-se abalado com essa experiência.

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Correspondente da AFP em Angola, Nsimba Jorge

Segundo dados oficiais, 17 pessoas perderam a vida durante o acidente ocorrido no Estádio 4 de Janeiro no Uíge na Sexta-Feira. Naquele dia, começava o jogo inaugural do Girabola com a equipa local a jogar contra o Recreativo do Libolo. O portão principal do estádio terá cedido sob a pressão de centenas de pessoas que pretendiam ver o jogo. Contudo, circulam na comunicação social versões diferentes das circunstâncias do sucedido e sobretudo quanto ao balanço das vítimas que poderia ser maior do que as 17 mortes anunciadas pelas autoridades. Para Alexandre Solombe, presidente do MISA-Angola, Instituto de Comunicação Social da África Austral, a detenção do correspondente da AFP visava "estorvar o trabalho dele".

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Alexandre Solombe, presidente do MISA-Angola