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EUA/Racismo

Pesquisa aponta segregação racial na sociedade americana

Nos Estados Unidos, apenas um negro e um branco em cada dez têm companheiros de outra etnia, indica uma pesquisa Reuters/Ipsos sobre a segregação racial na sociedade americana. Entre os brancos, 40% não tem nenhum amigo não-branco. Entre todas as etnias, 30% não conhecem ninguém que não seja de seu próprio grupo. O estudo foi feito pela internet, entre 24 de julho e 6 de agosto com 4.170 americanos.

Cidadão negro americano é constrangido a beber do filtro onde está assinalado "Apenas para pessoas de cor", ou, em inglês, "Colored only".
Cidadão negro americano é constrangido a beber do filtro onde está assinalado "Apenas para pessoas de cor", ou, em inglês, "Colored only". Wikipedia
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No entanto, há grandes disparidades entre entre diferentes minorias e sua localização geográfica. Os hispânicos, por exemplo, estão entre os mais integrados: apenas 10% não têm amigos de outras etnias. Entre os casados, metade tem um companheiro ou companheira não-hispânico.

Isso tem uma razão histórica, aponta Ann Morning, socióloga da Universidade de Nova York: "Este país tem longa história de limitação de contato entre brancos e negros e, mesmo que isso tenha ficado no passado, ainda há ecos (de segregação)". Como os hispânicos e asiáticos pertencem a uma onda migratória posterior ao segregacionismo, eles têm menos ranço histórico com relação à integração.

Claro que é no sul dos Estados Unidos, onde a discriminação institucional perdurou mais, que se concentra a menor porcentagem de pessoas que conhecem mais de cinco pessoas de outro grupo étnico. Nos estados historicamente progressistas da margem pacífica - e principalmente a Califórnia - as amizades e amores são mais diversificados.

A idade também é um fator determinante nas relações raciais americanas: um terço dos americanos com menos de 30 anos vive em casais mistos, contra menos de 10% entre os mais velhos. Apenas um em cada dez adultos de menos 30 anos não tem nenhum amigo de outra etnia.

Trayvon Martin
O debate sobre discriminação racial se acirrou no país desde a absolvição de George Zimmerman, o hispânico que matou o adolescente negro Trayvon Martin. Ele, que era segurança comunitário, perseguiu o garoto que voltava para a casa do pai na periferia de Sanford e, após uma disputa corporal, disparou contra sua cabeça. Martin morreu na hora.

Na época do veredicto, o presidente Barack Obama pediu a seus compatriotas que fizessem um "exame de consciência" com relação a seus próprios preconceitos. A teoria que impera na opinião pública norte-americana é de que, se Martin não fosse negro, seu algoz não o teria considerado "suspeito".

 

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