Atentado em Bogotá ressuscita medo de terrorismo urbano

O atentado que fez pelo menos dois mortos e 39 feridos em Bogotá na terça-feira desestabilizou o governo colombiano, que tenta apagar o seu passado marcado por um conflito armado que dura mais de meio século. Essa foi a primeira vez em mais de dois anos que um ataque teve como alvo a capital do país.

A capital colombiana foi poupapa dos ataques armados nos últimos anos. REUTERS/Fredy Builes

O ataque visando um ex-ministro trouxe novamente à tona o fantasma da insegurança na capital colombiana, poupada nos últimos tempos pelo grupos armados. “Há dois anos a Colômbia vive um aumento da violência que se concentrava principalmente nas zonas afastadas das grandes cidades. Mas o retorno do terrorismo urbano era apenas uma questão de tempo”, disse Alfredo Rangel, diretor da fundação Democracia e Segurança.

Mesmo se o atentado de terça-feira feira não foi reivindicado, ele acontece em um contexto de retomada das ações da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Há menos de um mês o jornalista francês Romeo Langlois foi sequestrado pelo grupo e apenas no primeiro trimestre desse ano os atentados aumentaram 57% com relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com Rangel, o fato de que o atentado tenha atingido Bogotá terá um impacto internacional negativo na percepção da segurança do país. Para ele, o episódio traz de volta “uma época que acreditávamos ter terminado”.

A política linha-dura do presidente colombiano Álvaro Uribe conseguiu reduzir pela metade o número de membros das Farc. A estratégia tem continuado com o atual presidente de Juan Manuel Santos, mas os especialistas temem que os dois atentados que fizeram 15 mortos no sul do país no início do ano e o ataque dessa terça-feira em Bogotá invertam essa tendência.