Governo cubano dá anistia para mais de 2 mil presos

Mais de 2 mil presos, a maioria deles condenados por pequenos delitos, foram libertados nos últimos dias em 15 cidades de Cuba, de acordo com a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN). O presidente Raul Castro já havia anunciado a anistia de 3 mil detidos por questões humanitárias, na sexta-feira.

Raul Castro, presidente cubano, anunciou na sexta-feira a anistia de 3 mil detidos por questões humanitárias. REUTERS/Marcelino Vazquez/Cuban Government National Information

O órgão de oposição relatou que dezenas de prisioneiros iniciaram uma greve de fome nesta segunda-feira, para protestar contra a escolha dos detentos que seriam soltos. O governo ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto depois da promessa das libertações.

Um porta-voz da comissão afirmou que apenas três dos liberados estavam presos por motivos políticos. Um deles cumpria pena há quatro anos por "revelar segredos de Estado" e os outros dois foram punidos por participar de um protesto público. A anistia beneficia apenas 4% dos quase 80 mil presos, que conta a ilha caribenha de 11,5 milhões de habitantes.

Raul Castro anunciou que seriam libertados 86 estrangeiros de 25 nações, sob a condição de que seus países aceitem a repatriação. No entanto, a medida não deve favorecer o americano Alan Gross, que foi condenado em março a 15 anos de prisão, caso que abalou as relações entre Cuba e Estados Unidos.