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EUA/China

Barack Obama e Hu Jintao medem forças em Washington

Em visita de Estado a Washington, o presidente chinês, Hu Jintao, é recebido hoje na Casa Branca por Barack Obama. As relações entre as duas maiores potências mundiais vêm sendo marcadas por divergências profundas, como a guerra das moedas, o déficit comercial dos Estados Unidos e os projetos militares da China.

As relações entre as duas maiores potências do mundo são marcadas por divergências nas áreas comercial e militar.
As relações entre as duas maiores potências do mundo são marcadas por divergências nas áreas comercial e militar. Reuters
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É um cara a cara de gigantes. Em sua visita aos Estados Unidos, o presidente chinês, Hu Jintao, terá trabalho para diminuir as tensões entre os dois países sobretudo em relação à desvalorização da moeda chinesa. Segundo analistas, ele tentará convencer os americanos de que o yuan teve um papel importante no desenvolvimento econômico mundial e não pode ser visto apenas como um vilão que provoca injustiças no mercado internacional e impactos negativos no déficit comercial dos Estados Unidos, como acusam os americanos.

Na segunda-feira, três senadores americanos apresentaram um projeto de lei para corrigir as distorções monetárias, retirando alguns direitos alfandegários dos países que manipularem suas moedas. Eles afirmaram que vão continuar seus esforços para penalizar a China caso o país mantenha a desvalorização do yuan para garantir suas exportações.

Hu Jintao não tem medo de provocar ainda mais polêmica. Em entrevista aos jornais Wall Street Journal e Washington Post de domingo, o líder chinês declarou que a atual organização do sistema monetário internacional, baseada no dólar americano, é "coisa do passado". Uma de suas pretensões a longo prazo é transformar o yuan em moeda internacional. Os primeiros passos para isso já foram dados no fim do ano passado. Pequim autorizou os exportadores chineses a conservarem suas divisas para efetuar operações no exterior. Além disso, as autoridades chinesas emitiram obrigações em yuan na Bolsa de Hong Kong e o Banco da China já propõe operações com a moeda chinesa a seus clientes de Nova York. Hu Jintao sabe que este é apenas um começo e que ainda vai demorar algum tempo para o yuan ter o mesmo peso internacional que o dólar e o euro.

Projetos militares chineses ameaçam supremacia dos Estados Unidos

Na área da defesa, a visita do ministro americano Robert Gates a Pequim, na semana passada, não bastou para apaziguar os ânimos. Barack Obama exige explicações sobre os projetos militares da China, de sua estratégia regional e de seus novos programas de armamento. As questões sensíveis como as vendas de armas pelos Estados Unidos à Taiwan, rival da China, e das manobras americanas na costa chinesa, ao lado da Coreia do Sul, também deverão ser discutidas.

Um outro ponto delicado é o dos direitos humanos, que deve ser abordado com Hu Jintao pela secretária de Estado, Hillary Clinton. Na sexta-feira passada, ela pediu para a China soltar os dissidentes políticos presos, entre os quais se encontra o Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo. Hillary também lembrou o caso de um advogado desaparecido desde abril e cobrou que Pequim não cumpriu suas promessas em matéria de direitos humanos.

Finalmente, a Coreia do Norte é outro pomo de discórdia entre as potências. Os americanos apoiam a Coreia do Sul, os chineses, o regime comunista da Coreia do Norte. Desde o começo do ano, os norte-coreanos anunciaram sua disposição a retomar o diálogo, mas os Estados Unidos querem propostas concretas por parte de Pyongyang. Na entrevista ao Wall Street Journal, Hu Jintao pediu o fim dessa guerra fria com empate no final e lembrou que os dois países ainda têm muitos campos para explorarem juntos como o energético, o aeronáutico e o espacial.

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