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Política cubana

Demissão de 500 mil funcionários públicos em Cuba é sinal de abertura

Na tentativa de elevar a produtividade e tornar a economia cubana mais eficiente, a Central de Trabalhadores do país anunciou que vair cortar meio milhão de cargos públicos até 2011. A decisão sinaliza uma maior abertura da ilha e a atualização do sistema comunista.

Ruas da Havana, Cuba.
Ruas da Havana, Cuba. Reuters
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O anúncio feito nesta segunda-feira pela Central de Trabalhadores de Cuba de que vai cortar 500 mil cargos públicos é considerado por analistas um sinal de abandono do sistema comunista implantado por Fidel Castro em 1959. A mudança de rumo é uma das mais importantes decidida pelo governo em décadas.

A medida é anunciada pelo governo de Raúl Castro como parte de um processo de racionalização do trabalho para aumentar a produtividade, e pode ajudar na reaproximação da União Europeia com a ilha.

Atualmente, o setor público controla 95% da economia cubana. Cerca de 85% da população ativa ocupa cargos públicos.

A decisão de eliminar 20% da força de trabalho do setor público deixa muitos trabalhadores na incerteza em relação ao futuro. Em contrapartida, o governo ampliou o número de permissões para se trabalhar por conta própria e abrir pequenas empresas. Para os futuros desempregados, a solução é procurar empregos no setor privado, sobretudo no campo, ou em cooperativas e empresas familiares na cidade.

Ouvido pela Rádio França Internacional, o membro do partido Arco Progressista, de oposição ao regime socialista Manuel Cueste Morua disse que as novas medidas ainda não são suficientes:

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Manuel Cueste Morua

Esta não é a única medida para economizar as despesas públicas. O sistema de seguro-desemprego também vai mudar. Até o hoje, o governo garantia 60% do salário de quem estava desempregado por tempo indeterminado. Agora, essa ajuda será de apenas três meses.

Na semana passada, o ex-líder cubano Fidel Castro surpreendeu ao dizer a um jornalista americano que o modelo econômico da ilha tornou-se obsoleto e não funciona nem mais para o próprio país. Depois, Fidel disse ter sido mal-interpretado.

Em agosto, foi o atual líder Raul Castro quem fez um declaração forte diante de deputados na Assembléia Nacional. Ele disse que era preciso acabar com a ideia de que Cuba é o único país do mundo, onde se pode viver sem trabalhar.

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