Mineiros soterrados no Chile são destaque na imprensa

A situação dos mineiros presos há quase três semanas no fundo de uma mina no Chile é um dos destaques da imprensa francesa desta quarta-feira. Os jornais também enfocam em suas primeiras páginas a política atual de Nicolas Sarkozy e os preparativos para a reforma da previdência social, que será discutida novamente à partir de setembro.

Fotos e gráficos tentam explicar o drama dos 33 homens presos na mina chilena RFI

Depois de ter sido um dos temas de capa do Le Monde, o situação dos mineiros no Chile ganhou reportagem página inteira no diário Le Figaro, que fala de uma "Odisséia ao centro da terra". Com gráficos e imagens que explicam o episódio, o jornal lembra que a aventura dos 33 homens ainda está longe do fim, e que será preciso pelo menos três meses para trazê-los de volta à superfície.

Libération vai além e diz que os mineiros podem ficar bloqueados até o próximo natal. A conclusão é baseada em uma declaração do próprio presidente chileno, Sebastián Piñera."Eles certamente não estarão conosco para comemorar o bicentenário da independência do Chile, no dia 18 de setembro, mas estarão conosco para o Natal e o Ano Novo", disse o presidente. A dificuldade de acesso e o aspecto complexo da operação de salvamento também são explicados com vários gráficos, mapas e ilustrações nas páginas do Libération.

Política francesa

O jornal La Croix traz a lista dos desafios que esperam o presidente Nicolas Sarkozy nesse retorno das férias de verão, ressaltando que a reforma da aposentadoria deve ser um dos assuntos mais delicados para o governo nos próximos meses.

Mesmo tom no diário L'Humanité, que ja se prepara para contestar a reforma das aposentadorias com uma grande greve prevista para o dia 7 de setembro. Libération também enfatiza o que chama de "cascas de banana" que esperam Nicolas Sarkozy. Em um longo texto, o diário traz uma lista dos dez desafios que o presidente francês deverá enfrentar. Além da reforma da previdência social, Libé lembra que o desemprego, o déficit público, e uma "detestável" imagem de Sarkozy fora do país são apenas alguns dos pontos a serem tratatos. Sem contar, é claro, que com a polêmica deportação de ciganos, criticada por boa parte da população.