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Canadá/França/Ruanda

Francofonia: duelo feminino na Arménia

A ruandesa Louise Mushikiwabo, que conta com o apoio da União Africana e do chefe de Estado Emmanuel Macron, defronta na Arménia a canadiana, Michaëlle Jean, para chegar à liderança da Organização Internacional da Francofonia-OIF.

Foto oficial dos chefes de Estado e de governo que participam na 17° cimeira da Francofonia em Erevan, esta quinta-feira 11 de Outubro de 2018.
Foto oficial dos chefes de Estado e de governo que participam na 17° cimeira da Francofonia em Erevan, esta quinta-feira 11 de Outubro de 2018. ludovic MARIN / AFP
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Hoje e amanhã os 84 Estados membros da Francofonia vão travar uma guerra “calculada” onde países africanos têm apenas um objectivo: “recuperar o posto de secretário-geral da Organização Internacional da Francofonia.

De um lado a candidata cessante, a canadiana de origem haitiana, Michaëlle Jean e do outro a ministra ruandesa dos Negócios Estrangeiros, Louise Mushikiwabo. Um duelo feminino que pode também ser visto como uma luta de influência entre os dois principais doadores: França e Canadá.

Em 2017 a França contribuiu com 14,6 milhões de euros, seguido do Canadá com 11,3, a Suíça doou 3,9 e a Valónia, na Bélgica, disponibilizou 3,8 milhões de euros à OIF.

“Gestão desastrosa”

Na corrida à liderança da Francofonia Michaëlle Jean acabou por perder os poucos apoios que lhe restavam. O possível apoio da França ao Canadá para um lugar de membro não permanente no Conselho das Nações Unidas poderá ter motivado o primeiro-ministro, Justin Trudeau a deixar cair a candidata.
Porém a combativa Michaëlle Jean não se deixa intimidar e, apesar de muitos a acusarem de uma gestão financeira desastrosa, garante que vai defender o trabalho dos últimos quatro anos diante dos Estados membros.

“Designação opaca”

A candidatura da ruandesa,Louise Mushikiwabo, que conta com o apoio da União Africana e do Presidente Emmanuel Macron, não deixa de fazer debate.
Apesar do consenso à volta da candidatura ruandesa, muitas vozes têm criticado a "designação opaca" de Mushikiwabo. Em causa está o facto do país ter privilegiado, nos últimos anos, o inglês em detrimento do francês e ainda o apoio da França ao Ruanda, países que estão de costas voltadas desde 1994.

A postura do Ruanda nas questões de democracia e direitos humanos também levanta algumas preocupações no seio da organização. Muitos defensores chegam a questionar se com a eleição de Louise Mushikiwabo há um risco da francofonia política desaparecer e tornar-se apenas numa organização cultural.

Lusófonos na Francofonia
Dos cinco países lusófonos em África três são membros de pleno direito da OIF: Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. Moçambique tem estatuto de observador. Em 2020, na cimeira de Tunes, Angola deverá formalizar o pedido de adesão, bem como Portugal. Recorde-se que França aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa -CPLP- na cimeira Lusófona que teve lufar na ilha do Sal, Cabo Verde, no passado mês de Julho.

A 17° Cimeira da Organização Internacional da Francofonia decorre até sexta-feira, 12 de Outubro, em Erevan, na Arménia.

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