Falta de financiamento compromete África
No discurso de abertura dos trabalhos preparatórios da 31ª cimeira de chefes de Estado da União Africana, o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki, lembrou que sem autonomia financeira a “agenda 2063 não passará de um catálogo de boas intenções” e defendeu a urgência de acabar com a corrupção que custa ao continente mais de 50 mil milhões de dólares por ano.
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A questão do financiamento da organização marcou o discurso do presidente da Comissão da União Africana. Moussa Faki lembrou que sem autonomia financeira o futuro do continente estará comprometido.
“Sem autonomia financeira a agenda 2063 não passará de um catálogo de boas intenções e as pretensões de liderança serão vistas como meras intenções”, lembrou. Actualmente, cerca de vinte países estão já aplicar a taxa de 0,2%.
Moussa Faki encorajou, ainda, os estados-membros a aderirem à zona de comércio livre e à livre circulação de pessoas em África. “Chegou o tempo em que os africanos devem deixar de ser estrangeiros no seu próprio continente”, salientou.
O preço da corrupção
No ano em que a luta contra a corrupção é o tema da cimeira, o presidente da Comissão defendeu que é urgente que o continente se livre do flagelo que custa aos africanos mais de 50 mil milhões de dólares por ano: “É fundamental que estes meios sejam utilizados para benefício do continente”.
No início do mês Daniel Batidam, que presidia o Conselho de Luta contra a Corrupção, apresentou demissão do órgão. O responsável denunciou má governação, abuso de poder e falta de integridade no seio de vários órgãos da União Africana, nomeadamente no Conselho.
Em campanha para a Francofonia
Em plena campanha para a liderança da Organização Internacional para a Francofonia, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Ruanda optou por fazer o seu discurso em francês. Louise Mushikiwabo afirmou ser essencial a temática da luta contra a corrupção e reiterou que a “integração do continente é uma necessidade vital”.
O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, anunciou, ainda, que a cimeira de Julho do próximo ano terá uma “participação limitada” e será consagrada à coordenação entre a União Africana e às Comunidades Regionais, assim como a avaliação da implementação das decisões.
Peça da nossa enviada especial à Mauritânia, Neidy Ribeiro
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