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Migrações

Paris e Roma selam o seu "relacionamento perfeito"

Após uma semana de tensões diplomáticas, na sequência das declarações na Terça-feira do Presidente francês que denunciou o "cinismo" e "irresponsabilidade" da Itália por ter recusado receber no seu solo os 629 migrantes resgatados ao largo da Líbia pelo navio humanitário Aquarius no passado fim-de-semana, Emmanuel Macron recebeu hoje em Paris o Presidente do Conselho Italiano Giuseppe Conte, os dois responsáveis tendo acabado por selar o seu "relacionamento perfeito".

O Presidente francês Emmanuel Macron com o chefe do governo italiano Giuseppe Conte no Eliseu neste 15 de Junho.
O Presidente francês Emmanuel Macron com o chefe do governo italiano Giuseppe Conte no Eliseu neste 15 de Junho. REUTERS/Philippe Wojazer
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Na Quarta-feira, o governo italiano ainda deixava pairar a ameaça de Giuseppe Conte cancelar o seu encontro com o Presidente francês. Hoje, depois do seu almoço de trabalho, os dois líderes davam mostras da sua convergência de pontos de vista, a poucos dias do Conselho Europeu de Bruxelas nos dias 28 e 29 de Junho, um Conselho que será largamente dominado pela questão da imigração.

Em conferência de imprensa esta tarde, tanto o Presidente francês como o chefe do governo italiano consideraram que o sistema de Dublin, estipulando que o primeiro país onde chega um migrante é que deve gerir a sua situação, não funciona. Ao apelar a uma gestão Europeia dos fluxos migratórios, Macron e Conte defenderam nomeadamente a instalação de mais centros europeus para a gestão destes fluxos nos países de partida.

Para o Presidente francês, as regras têm de ser definidas em conjunto: "A dificuldade da Itália não pode ser resolvida contornando o Direito Humanitário Internacional mas, sim, tendo uma estratégia europeia cooperativa, prevendo os casos, organizando as coisas e definindo juntos as regras para, de um lado, evitar que outras pessoas corram riscos e, do outro, geri-los de forma conjunta".

Este apelo faz eco também às dificuldades encontradas actualmente pela chanceler alemã Angela Merkel que não tem conseguido convencer os seus parceiros sociais cristãos na coligação governamental a desistir das suas veleidades de restrições em matéria de imigração. Os desacordos são de tal ordem que o governo corre o risco de cair nos próximos dias na ausência de um consenso.

Um consenso será mais difícil ainda de encontrar a nível europeu, tais são as clivagens na União, designadamente com países como a Hungria, República Checa, Polónia e Eslováquia a opor-se a qualquer ideia de cotas de repartição de migrantes no seio da União Europeia. Mais pormenores aqui.

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Macron e Conte dão mostras da sua convergência de pontos de vista

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