Digressão africana do Presidente turco
Desde Domingo, o Presidente turco tem estado a efectuar uma digressão pelo continente africano. Depois de uma primeira etapa no Sudão, Recep Erdogan encontra-se esta tarde no Chade para depois terminar a sua deslocação na Tunísia, com vários acordos no bolso. Mais discreta do que os chineses, a França ou os Estados Unidos em África, a Turquia tem sido uma parceira assídua de certos países africanos há cerca de quinze anos.
Publicado a:
Durante dois dias, o Presidente turco esteve no Sudão, onde assinou uma dúzia de acordos de cooperação nos domínios agrícola, económico e militar. A ambição dos dois países cujas trocas comerciais ascendem actualmente a uns 500 milhões de dólares por ano é chegar, num primeiro tempo, a um bilião por ano e em seguida 10 biliões. Nesta óptica, também foi assinado um acordo para a criação de um Conselho de Cooperação Estratégica de modo a facilitar a aproximação destes dois países.
"Uma visita histórica", foi deste modo que o Presidente sudanês se referiu a esta visita do seu homólogo turco. É que para além de estar isolado a nível internacional com as acusações de crimes de guerra e crimes contra a Humanidade no Darfur que pesam sobre, Omar el Bechir viu a sua margem de manobra reduzir-se, o seu país tendo perdido 80% dos seus rendimentos petrolíferos depois do Sudão do Sul alcançar a independência em 2011.
Na sua segunda etapa hoje no Chade, uma etapa de apenas uma tarde, para além de um encontro com o Presidente chadiano, nesta visita também de teor eminentemente económico, o Presidente turco tem pelo menos 6 acordos na forja, nos sectores da segurança, minas e água designadamente.
Nesta deslocação cuja última etapa se desenrola na Tunísia, a dimensão diplomática não está de todo ausente. Especialistas consideram que tanto a Tunísia como a Turquia que procura um papel de liderança no mundo muçulmano, poderiam encontrar entendimentos com base nas dificuldades que ambas encontram com os Emirados Árabes Unidos. A Turquia é dos únicos países que apoia o Qatar no âmbito do bloqueio de que é alvo há 6 meses pelos seus vizinhos. A Tunísia, quanto a si, tem tido fricções com os Emirados depois da companhia aérea Emirates ter recentemente bloqueado a entrada nos seus aviões às passageiras tunisinas, alegadamente por recear atentados.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro