Chefe do governo italiano em Angola
Chegado ontem a Luanda, Matteo Renzi, Presidente do Conselho italiano terminou esta segunda-feira a sua visita oficial a Angola, a primeira jamais efectuada por um chefe do governo italiano àquele país, como não deixou de lamentar o interessado ao dar conta da importância das relações entre Angola e Itália.
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Nesta deslocação cujo objectivo era de reforçar os elos económicos existentes entre Roma e Luanda, Renzi fez-se acompanhar por uma forte comitiva de 25 empresários, tendo sido mantidos encontros com o Presidente José Eduardo dos Santos assim como representantes do sector empresarial angolano.
Com fortes elos nos sectores energético e da agro-indústria, as trocas comerciais entre Angola e Itália são actualmente favoráveis a Angola. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística de Angola, no primeiro trimestre deste ano, as exportações de Angola para Itália, essencialmente petróleo, aumentaram para 291 milhões de Euros. Já as exportações de Itália para Angola, centradas sobretudo sobre a comercialização de máquinas industriais, ferro, aço e bens alimentares, situam-se nos 42,7 milhões de Euros.
Por conseguinte, esta visita selou uma aproximação ainda maior entre os dois países, nomeadamente no quadrante energético, a petrolífera italiana Eni tendo anunciado a sua intenção de voltar às operações em águas profundas em Angola até ao final do ano. O aspecto político também não esteve ausente desta visita, uma vez que a Itália assegura actualmente e por seis meses a presidência rotativa da União Europeia. Neste sentido, o Presidente do Conselho italiano destacou a importância de uma aproximação entre a Europa e o continente africano:"ou a Europa e África trabalham em conjunto na próxima década ou todos perderemos uma grande oportunidade de desenvolvimento", declarou o chefe do governo de Itália.
Mais informações com Avelino Miguel.
Avelino Miguel, correspondente da RFI em Luanda
Durante esta visita com forte pendor económico, nada foi mencionado relativamente à questão dos Direitos Humanos, em particular à expulsão há mais de um mês de Tirzi Maria Concetta, coordenadora de um programa financiado pela Comissão Europeia. O activista angolano dos Direitos Humanos David Mendes não acredita que a visita de Renzi a Luanda permita alterar algo à situação desta cidadã italiana.
David Mendes entrevistado por Liliana Henriques
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