Dois jornalistas vítimas do nervosismo das Forças Armadas de Moçambique
A escassos dias das eleições autárquicas prossegue a instabilidade político-militar no centro e norte do país, enquanto dois jornalistas foram hoje agredidos na periferia da capital Maputo, por elementos das Froças Armadas.
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Enquanto prossegue a instabilidade político-militar no centro e norte de Moçambique, com registo de novas mortes e detenções, os transportadores de carga e de passageiros ameaçam paralisar a circulação das suas viaturas ao longo da estrada nacional N°1, se as escoltas militares não forem reforçadas e eles não forem indemnizados pelos danos materiais e humanos que têm sofridfo.
A Comissão Nacional de Eleições já admite que a tensão político-militar está a afectar a campanha eleitoral, com vista às eleições agendadas para 20 de Novembro e boicotadas pela Renamo.
Mais pormenores com o nosso correspondente em Moçambique Orfeu Lisboa
Correspondência de Maputo
Entretanto dois jornalistas da Televisão Independente de Moçambique : Alexandre Rosa e Cláudio Timana estão hospitalizados, depois de terem sido violentamente agredidos esta quinta-feira por elementos das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, quando tentavam realizar uma reportagem na Matola, sobre o diferendo que opõe as FADM às populações locais e que degenerou em confrontos e disparos.
Matias Guente, jornalista do diário Canal de Moçambique, ouviu o relato de um dos jornalistas agredidos e refere que com o espectro de reacender da guerra que se vive no país "os militares moçambicanos vivem um clima de ebulição e nervosismo e qualquer situação é passível de tiros" e considera "desastrosa" a declaraçao do presidente Armando Guebuza, que recentemente "culpou os jornalistas pela situação" que o país vive.
Matias Guente
Noutro teor, manifestaram hoje, frente à Presidência da República, em Maputo um grupo dos cerca de dois mil ex-agentes do Serviço de Informação e Segurança do Estado, para reclamar os seus direitos, prometidos e não cumpridos, no referente a pensões e outros subsídios desde a sua desvinculação do SISE.
Adolfo Beira, um dos ex agente do SISE afirma que tudo não passa de "uma aldrabice, pois deram-nos migalhas e ficaram com o verdadeiro valor".
Adolfo Beira Ex- agente do SISE
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