Quatro cineastas lusófonos no FESPACO
Uagadugu recebe até este sábado, 2 de Março, mais uma edição do festival bienal de cinema africano, o FESPACO. Em projecção mais de cem filmes, incluindo as obras de quatro realizadores da África lusófona. Foram eles os angolanos Pocas Pascoal e Zézé Gamboa, o guineense Flora Gomes e o moçambicano Licínio Azevedo.
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Esta importante representação de filmes da África lusófona não contou, todavia, com nenhuma obra em competição.
E isto devido ao facto de as longas metragens em causa não terem sido apresentadas em cópias em 35 mm.
A crise financeira internacional, e respectivas repercussões junto de países tradicionalmente financiadores das obras ali projectadas, caso da França e Portugal, pode ter tido impacto negativo na criação cinematográfrica do continente negro.
Um continente cuja filmografia é sobretudo exibida fora do continente africano devido à penúria de salas de cinema e aos deficientes circuitos de distribuição.
Lígia Anjos, ao telefone com os realizadores e ou produtores lusófonos no FESPACO, procurou descobrir o que não se vê nas películas e ouvir as histórias que se escondem atrás destas narrativas cinematográficas.
Em "A república das crianças", o guineense Flora Gomes tenta recriar uma sociedade idealizada que poderia ser a população do seu país da África ocidental.
Flora Gomes, realizador guineense
O filme "O Grande Kilapy" tem por base um testemunho real, com imagens de época que decorre em plena Guerra de Independência de Angola. O realizador angolano, Zézé Gamboa, partilhou com a RFI a forma como construíu a personagem principal, conhecido por João.
Zézé Gamboa, realizador angolano
Já a longa metragem "Por Aqui Tudo Bem" retrata uma fuga de Angola e, acima de tudo, uma história real vivida pela própria realizadora angolana. Pocas Pascoal tenta recriar a sua história, uma produção que envolveu uma grande carga emocional para a cineasta.
Pocas Pascoal, cineasta angolana
"Virgem Margarida" é a quinta longa metragem de Licínio Azevedo. Quem esteve presente no FESPACO em representação do realizador foi o seu produtor, o moçambicano Pedro Pimenta que não esconde a importância da projecção pelo prestígio que tem o FESPACO.
Pedro Pimenta, produtor moçambicano
Ver também artigo sobre "Virgem Margarida" do cineasta Licínio de Azevedo
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