França: autor de ataque contra mesquita desejava vingar-se de destruição da catedral de Paris
O ataque com um dispositivo incendiário contra uma mesquita em Baiona,no sudoeste da França,por um idoso francês, que em seguida feriu à tiro dois crentes muçulmanos com mais de setenta anos, desencadeou uma série de reacções em França, entre as quais a do Presidente Emmanuel Macron.
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O Presidente Emmanuel Macron condenou severamente o acto cometido por Claude Sinké, ex-militante da extrema-direita.Segundo o chefe de Estado francês o acto foi odioso e intolerável.
Laurent Nunez, secretário de Estado junto do ministro do Interior, Christophe Castaner, considerou que tais actos não devem ocorrer na República Francesa, que garante a liberdade de culto e de crença.
A Frente Nacional, actualmente Rassemblement National, partido pelo qual Sinké foi candidato às eleições distritais em 2015, informou num comunicado que o autor do ataque contra a mesquita de Baiona tinha sido excluído da sua federação, no sudoeste da França, devido à declarações tidas como contrárias ao espírito e à orientação política da formação de extrema-direita.
Segundo o edil de Baiona, Jean-René Etchegaray,a comunidade muçulmana da sua cidade, bastante integrada na vida local, nunca foi motivo para problemas.
O imã da mesquita de Bordeaux (Bordéus) Tareq Oubrou, tido como um dirigente progressista do islão francês, afirmou que Baiona não é conhecida por bairros com problemas sociais, nem comunitarismo muçulmano.
De acordo com o procurador de Baiona, Marc Mariée, o conjunto da audiência a qual se submeteu o autor do ataque, leva-nos a interrogar sobre o estado de saúde psíquica de Claude Sinké.
De 84 anos de idade, Sinké afirmou nomeadamente durante o seu interrogatório, que tencionava vingar-se da destruição da catedral Notre Dame de Paris, por ele atribuída aos muçulmanos.
Marc Mariée acrescentou que, o autor do ataque contra a mesquita de Baiona está a ser examinado por um psiquiatra e que posteriormente será decidido se o procurador nacional anti-terrorista deve ou não intervir no seu caso.
Claude Sinké reconheceu que tinha decidido incendiar a mesquita, mas que não tencionava matar ninguém. As duas vítimas muçulmanas baleadas por Sinké continuam hospitalizadas.
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