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Política/Iémen

Iémen: dezenas de mortos após combates entre militares e separatistas

Combates,entre separatistas do sul e as forças governamentais do Iémen na cidade de Aden, provocaram a morte de cerca de quarenta pessoas e 260 feridos. Segundo a ONU, a situação humanitária no país do Médio-Oriente, devastado pela guerra civil, é preocupante.

Apoiantes dos separatistas do Iémen do Sul em Khor Maksar, na cidade portuária  de Aden.10 de Agosto de 2019
Apoiantes dos separatistas do Iémen do Sul em Khor Maksar, na cidade portuária de Aden.10 de Agosto de 2019 NABIL HASAN / AFP
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A coordenadora da ONU para a assistência humanitária em Aden, Lise Grande, afirmou que é doloroso constatar que em vez de festejar a Aïd al-Adha, as famílias iemenitas choram pelos seus parentes

Combates entre separatistas , que reclamam a independência do sul do Iémen, e as forças governamentais deflagraram na quarta-feira em Aden.

Esta nova onda de violência no país do Médio-Oriente acrescenta-se a guerra, que há mais de cinco anos opõe os rebeldes Hutis ao governo iemenita apoiado por uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita.

No domingo a referida coligação efectuou um ataque aéreo contra os separatistas, que na véspera  tinham-se apoderado do palácio presidencial e de três casernas.

A tomada do palácio presidencial é simbólica, se considerarmos que o Presidente do Iémen,Abd Rabbo Mansour Hadi, reside actualmente em Riade, na Arábia Saudita.

De acordo com Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU, 40 pessoas foram mortas e 260 ficaram feridas, na sua maioria civis, desde que começaram no dia 8 de Agosto os confrontos entre separatistas e forças governamentais.

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, afirmou ter admitido 119 feridos, em 24 horas, num dos seus hospitais.

O governo iemenita denunciou o ataque dos separatistas do sul,qualificando-o de golpe de Estado.

Até há pouco tempo, os separatistas eram aliados do poder, na sua luta contra os rebeldes hutis.

Segundo os analistas,os confrontos mortais em Aden revelam as divisões entre os dois pilares da coligação que apoia o governo do Iémen,ou seja, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Iémen, acusou os Emirados Árabes Unidos de serem os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado em Aden.

A força denominada Cordão de Segurança ligada aos separatistas iemenitas e directamente implicada na tomada das casernas e do palácio presidendial em Aden, foi treinada pelos Emirados Árabes Unidos.

Expressando-se através das redes sociais, o vice-ministro da Defesa saudita, Khaled ben Salmane, reiterou o apoio de Riade ao "governo legítimo do Iémen", bem como sublinhou a necessidade de preservar a unidade e a estabilidade do país.

Hani ben Breik, vice-presidente do Conselho de Transição do Sul ( STC ) , representando os separatistas, afirmou domingo  estar pronto para o diálogo,mas não, sob ameaças.

 

O Iémen do Sulfoi até 1990, um Estado independente.

As populações, do sul do Iémen, continuam a sentir um forte rancor contra os iemenitas do norte, que são acusados de ter imposto pela força, a unificação do país do Médio-Oriente.

Segundo o International Crisis Group, centro de análise sobre os conflitos internacionais, o Iémen corre o risco de enfrentar uma nova guerra civil, se se considerar que o poder de Aden já está em luta armada contra os rebeldes hutis há mais de cinco anos.

Não foram apuradas as circunstâncias, na origem das hostilidades entre os separatistas do sul e o Exército do Iémen. Os sulistas acusam o partido islamista Al-Islah, de ter assassinado um dos seus comandantes.

De acordo com os separatistas, o Al-Islah infiltrou o governo do Presidente Hadi, refugiado na Arábia Saudita.

 

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