Crise na Venezuela: Trump fala com Putin
Com em pano de fundo a abortada tentativa de golpe de estado levada à cabo pelos opositores Juan Guaido e Leopoldo Lopez na passada terça-feira, a Rússia __segundo observadores __ emerge como um interlocutor de peso na crise política na Venezuela. Após o fracassado golpe de Guaidó e os seus correligionários, a Rússia tinha acusado os Estados Unidos de apoiar uma acção, que nada tinha haver com a democracia.
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Na sexta-feira o Presidente russo, Vladimir Putin abordou telefónicamente com o seu homólogo americano, Donald Trump, a questão venezuelana, após Washington ter acusado Moscovo de convencer ,o chefe de Estado da Venezuela, Nicolas Maduro, a não fugir do país, para Cuba
Propagado pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo, o alegado desejo de fuga de Maduro para Cuba, foi qualificado pelas autoridades de Caracas de fake news e de guerra psicológica, para tentar desestabilizar o poder venezuelano.
Washington que tradicionalmente apoiou a oposição Venezuelana desde a chegada ao poder do chavismo em 1998, através da eleição de Hugo Chavez, tem afirmado que a Rússia não tem nada a fazer no continente sul-americano, considerado pelos Estados Unidos como sua jurisdição natural.
Moscovo que tem interesses económicos na Venezuela, sublinhou na terça-feira por intermédio do seu chefe da diplomcia Sergëi Lavrov, que as ameaças de intervenção militar por parte de Washington representam uma violação da Carta das Nações Unidas e que esforços devem ser envidados na procura de uma solução política para a crise venezuelana.
Juan Guaidó, o opositor apoiado pelos Estados Unidos, que no dia 23 de Janeiro autoproclamou-se presidente da Venezuela, voltou a apelar os seus partidários para manifestar, sábado, contra o executivo de Nicolas Maduro, que ele afirma usurpar o poder.
Guaidó, de 35 anos, não reconheceu a eleição de Nicolas Maduro em 2018 com 67,8% dos votos. A oposição acusou Maduro de impedir a sua participação na eleição presidencial e o poder retorquiu que os oponentes optaram pelo boicote.
Leopoldo Lopez, líder do partido Vontade Popular, do qual também é membro Guaidó, encontra-se agora refugiado na embaixada de Espanha em Caracas, depois de ter aproveitado o golpe abortado de terça-feira última, para escapar a prisão domiciliária de que era objecto desde 8 de Julho de 2017.
O controverso opositor venezuelano, que tinha sido acusado de actos terroristas em 2014, activo políticamente desde a sua fuga, foi alvo de uma advertência na sexta-feira por parte da Espanha, cujo chefe da diplomacia Josep Borrell, declarou que o seu país não deixará a sua embaixada transformar-se num centro de activismo.
A Espanha, à semelhança da França,de Portugal e de outros países da União Europeia, manifestou o seu apoio ao opositor Guaidó, mas não é favorável à uma intervenção militar, defendida pelos Estados Unidos, para solucionar a crise política na Venezuela.
Quanto aos ministros dos Negócios Estrangeiros do chamado Grupo de Lima, do qual fazem parte, o Brasil, a Argentina, o Canada,o Chile , a Colômbia, a Costa Rica,a Guatemala, o México, o Panamá, o Paraguai e o Peru, reuniram-se em Lima para avaliar a situação na Venezuela, após a abortada tentativa de golpe por Juan Guaido e Leopoldo Lopez, que não conseguiram mobilizar o exército a seu favor para destituir o Presidente Nicolas Maduro.
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