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Política/Ruanda

Ruanda:o genocídio 25 anos depois

O Ruanda iniciou neste domingo ,dia 7 de Abril, as comemorações dos 25 anos do genocídio que se tornou uma das páginas mais dolorosas da hsitória do país africanos. No seu discurso de abertura do evento, o Presidente Paul Kagame realçou que vinte e cinco anos depois, o Ruanda é novamente uma família. A França cujo papel, nos massacres que duraram três meses, continua a ser questionado, realizou no Jardim do Luxemburgo em Paris, uma cerimónia em memória das 800.000 vítimas do genocídio.O Presidente Emmanuel Macron propôs que o dia 7 de Abril em França, venha a ser uma data de comemoração do genocídio ruandês.

O Presidente ruandês Paul Kagame acompanhado pela sua esposa Jeannette e  pelo seu homólogo congolês  Denis Sassou-Nguesso, a chegada para a cerimónia dos 25 anos do genocídio.Kigali. 7 de Abril  de 2019.
O Presidente ruandês Paul Kagame acompanhado pela sua esposa Jeannette e pelo seu homólogo congolês Denis Sassou-Nguesso, a chegada para a cerimónia dos 25 anos do genocídio.Kigali. 7 de Abril de 2019. ©REUTERS/Baz Ratner
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O Presidente ruandês Paul Kagame, iniciou domingo, com um discurso, as comemorações dos vinte e cinco do genócido no seu país, que provocou a morte de 800.000 ruandeses na sua maioria da etnia tutsi e também de hutus , principal grupo étnico do Ruanda.

O chefe de Estado ruandês depositou uma coroa de flores, no memorial de Gisozi em Kigali dedicado às vítimas do genocídio e sublinhou que, é impossível compreender plenamente a solidão e o descontentamento dos sobreviventes, mas a estes deve-se pedir os sacrifícios necessários para que o Ruanda possa renascer.

Paul Kagame considerou que 25 anos depois, o Ruanda vai melhor e que o país é de novo uma família, mas que o mesmo pode ainda melhorar.

Uma dezena de chefes de Estado, assim como o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker e a governadora geral do Canadá, Julie Payette assistiram as cerimónias de Kigali.

O Presidente francês Emmanuel Macron, cujo papel do seu país durante o genocídio é questionado, não se deslocou ao Ruanda. O executivo francês foi representado por Hervé Berville,deputado de origem ruandesa do partido La République en Marche,no poder em França.

É a primeira vez,desde que teve lugar o último genocídio do século XX, que um representante do executivo francês assiste as comemorações .

Uma cerimónia em memória das vítimas dos massacres de 1994,decorreu domingo no Jardim do Luxemburgo em Paris.

Emmanuel Macron propôs que o dia 7 de Abril seja comemorado futuramente em França, em nome dos mortos do genocídio ruandês.

Profundo conhecedor do Ruanda o guineense Carlos Lopes, actualmente professor universitário na África do Sul, analisa o papel que a França teve em 1994 e o momento actual das relações entre Paris e Kigali.

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Carlos Lopes, professor universitário na África do Sul

O massacre, de tutsise de hutus moderados, teve início no dia 6 de Abril de 1994, logo após a queda do avião, que transportava o então presidente ruandês Juvénal Habyarimana e o seu homólogo burundês Cyprien Ntaryamira.O avião foi abatido com um míssil sobre Kigali.

Até a data, os autores do atentadonão foram identificados.

No decurso do genocídio, ruandeses hutus com catanas, cassetetes e armas de fogo, mataram uma média de mais de 10.000 compatriotas tutsis por dia.

O genocídio terminou em Julho de 1994 com a tomada do poder em Kigali, pela Frente Patriótica Ruandesa ( FPR ) chefiada por Paul Kagamé e resultou na morte de 70% de tutsis e de 10% da população ruandesa como um todo.

O papel da França, que na época tinha uma presença militar no Ruanda por intermédio da Operação Turquoise, autorizada pela resolução 929 do Conselho de Segurança da ONU de 22 de Junho de 1994, continua a ser motivo de polémica.

Uma comissão de historiadores foi criada no dia 5 de Abril de 2019 pelo Presidente Emmanuel Macron,para apurar o papel dos militares franceses durante os massacres no Ruanda.

No âmbito da Operação Turquoise, os mais de 2.500 militares franceses tinham como missão pôr fim aos massacres em curso no Ruanda, se necessário pela força.

Existem actualmente em França duas teses, sobre a referida operação Turquoise.

Uns consideram, que tratou-se de uma operação humanitária. Outros afirmam que, a Turquoise foi pura e simplesmente uma operação militar.

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