Regresso de jihadistas franceses encarado por governo
A França até a data, não favorável ao regresso dos jiadistas franceses que ingressaram nas fileiras do autodenominado Estados Islâmico durante o conflito sírio, não exclui o seu repatriamento para evitar que os mesmos partam para outros países. Muitos dos jiadistas franceses encontram-se detidos em acampamentos controlados por milícias curdas, que lutaram contra o DAECH, apoiadas pelos Estados Unidos. A retirada dos militares americanos da Síria, anunciada recentemente pelo Presidente Donald Trump, não é estranha a viragem de Paris no respeitante ao regresso dos jiadistas.
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Segundo o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, a mudança da situação no norte da Síria, leva as autoridades de Paris a examinar todas as opções, para evitar a fuga e a dispersão dos jiadistas franceses que lutaram nas hostes do grupo,autodenominado Estado Islâmico, no âmbito do longo conflito sírio.
A hipótese de um regresso dos franceses, que combatiam no seio do grupo terrorista, não tinha sido inicialmente encarada pelo Governo de Paris, para quem os combatentes jiadistas e as suas esposas deviam ser julgados na Síria e no Iraque, assim como cumprir posteriormente as respectivas penas de prisão nos referidos países.
Problemas de segurança , judiciais e prisonais , bem como o descontentamento de vários sectores da classe política , sobre o eventual retorno dos jiadistas franceses, levaram o governo a ponderar.
Sublinhe-se, por exemplo, que a líder da extrema-direita, Marine Le Pen não favorável ao regresso dos terroristas franceses sugeriu novamente que os mesmos fossem destituídos da nacionalidade francesa.
O ministro do Interior, Christophe Castaner tinha afirmado que antes de tudo os jiadistas eram franceses.
A opinião pública também não esconde a sua preocupação, o que segundo os analistas, faz com que o regresso dos ex-combatentes franceses do Daech, venha a provocar debates acesos no seio da sociedade.
De acordo com fontes credíveis,cerca de 130 cidadãos franceses, entre os quais cinquenta adultos e várias dezenas de crianças, estão presos em zonas do norte da Síria controladas pelas chamadas Forças Democráticas Sírias ( FDS ), de maioria curda.
Valérie Boyer, deputada e secretária-geral adjunta do Les Républicains, principal partido da direita na oposição, pediu durante a sequência de perguntas ao governo na Assembleia Nacional que, os jiadistas que traíram a França e combateram a civilização ocidental não voltem nunca mais a França.
A porta-voz da diplomcia francesa, Agnès von der Mühll, declarou que em caso de expulsão pelas forças curdas, os jiadistas serão imediatamente entregues as autoridades judiciais da França.
A questão, do regresso dos jiadistas franceses ao seu país, colocou-se logo a seguir a decisão, tomada pelos Estados Unidos, de retirar as suas tropas que apoiavam as milícias curdas na luta contra o autoproclamado Estado Islâmico, no norte da Síria.
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