Israel acusa Irão de programa nuclear secreto
A Agência Internacional de Energia Atómica volta a garantir que não há "qualquer indicação credível de actividades no Irão relacionadas com o desenvolvimento de armas nucleares após 2009", a mesma garantia foi dada pela União Europeia.
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Para Federica Mogherini, representante para a Política Externa da União Europeia, as alegações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não parecem comprovar que o Irão está a violar o acordo nuclear assinado em 2015.
A chefe da diplomacia europeia disse que numa primeira reacção, o que viu “nos primeiros relatórios” é que Benjamin Netanyahu “não colocou em questão a conformidade do Irão” para com o acordo. A responsável sublinhou ainda que, “em primeiro lugar e acima de tudo”, deve ser a Agência Internacional de Energia Atómica a avaliar se o Irão está a cumprir o acordo.
Nesse sentido, a Agência Internacional de Energia Atómica voltou a garantir que não há "qualquer indicação credível de actividades no Irão relaccionadas com o desenvolvimento de armas nucleares após 2009".
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel acusou Teerão de estar a conduzir um programa nuclear secreto, à revelia do acordo estabelecido em 2015 com os EUA, vários países europeus, a China e a Rússia.
Benjamin Netanyahu afirmou "ter provas conclusivas", num dossier de 55.000 páginas com informações sobre a quebra do acordo nuclear iraniano.
Poucas horas depois do anúncio de Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos da América reagiu ao assunto: “Isto não é aceitável. Israel fez muito bem em revelar estas informações”. Donald Trump aproveitou o momento para reiterar a sua posição sobre o acordo, “aquilo que aconteceu hoje e que tem acontecido ao longo do tempo, mostrou que eu estava realmente 100% certo”, em relação ao documento.
Washington ameaçou retirar-se do acordo nuclear iraniano e deu o dia 12 de Maio como prazo-limite para os aliados europeus obterem do Irão as concessões que acredita serem essenciais para manter o acordo.
Teerão rejeita as acusações e em reacção a Benjamin Netanyahu, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Yavad Zarif, criticou as "supostas revelações” do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que diz surgirem num momento “conveniente”, ou seja, pouco antes de Washington decidir se vai ou não abandonar o acordo nuclear.
Com o acordo, o Irão conseguiu um levantamento temporário de parte das sanções internacionais e estrangeiras - nomeadamente as norte-americanas - impostas ao seu sistema financeiro e económico. Em troca comprometeu-se a reduzir o seu programa nuclear, provando assim as suas intenções pacíficas.
A França, por seu lado, em comunicado do Ministério do Exterior pediu ao Irão “cooperação total” e transparência e acrescenta que as informações avançadas por Telavive deveriam ser “estudadas e analisadas”.
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